quinta-feira, 8 de novembro de 2007

UMA ANÁLISE UM ARTIGO DE EDIR MACEDO (1)

"A fé é a única moeda de troca com Deus. A cada ação dela, há uma reação de Deus. E para cada manifestação de fé, existe um tipo de oferta a ser apresentada".

A afirmação acima é do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, em artigo publicado em seu site (http://www.bispomacedo.com.br)/. Li esse artigo ontem e resolvi comentar aqui no blog minha opinião sobre as declarações de Macedo. Vou dedicar alguns posts para refutar a visão de Macedo. Se você tiver paciência, convido-o a ler.

O artigo em questão tem como título: "Em tudo na vida há a prática da troca" e apresenta a visão do "bispo" sobre o tipo de relacionamento que Deus tem com o homem, baseado não na livre graça e iniciativa divinas, mas na força de decisão humana por meio da fé. Macedo faz suas declarações sob forte influência do pensamento arminiano, o que, por si só, já compromete suas opiniões à luz das Sagradas Escrituras. A seguir, e em outros posts, procuro fazer uma análise dos equívocos teológicos cometidos por Macedo em seu artigo:

1) Ação e reação. Edir Macedo vê o relacionamento entre Deus e o homem baseado, não no conceito bíblico de graça e soberania de Deus, mas na Terceira Lei de Newton, conhecida como Lei da Ação e Reação, que afirma: "Para cada ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade". É o que Macedo compreende do relacionamento entre Deus e o homem, ao afirmar em seu artigo: "A cada ação dela (da fé), há uma reação de Deus". O relacionamento, portanto, não é baseado no caráter de Deus, não depende da iniciativa soberana de Deus, mas de uma Lei de Ação e Reação. Se o homem fizer a sua parte, Deus, de maneira irremediável, fará a dele.

É interessante observar que neste conceito, a ação será sempre do homem e a reação sempre será de Deus. Há uma inversão de valores. O homem age com a fé e Deus reage com as bênçãos. Deus deixa de ser o Autor Soberano para ser um mero coadjuvante no relacionamento. Deus nunca tomará a iniciativa; será sempre um refém da ação humana. O homem determina e Deus faz; o homem se torna soberano e Deus dependente.

Ao contrário dessa visão, as Escrituras afirmam que Deus não reage, mas age: "O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade" (Is 46. 10). "Segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa deter a sua mão" (Dn 4. 35). Deus não pode ser coagido, nem dominado pela fé humana. Sua ação é livre e soberana, não causada ou influenciada, do contrário, ele não seria Deus. O que Deus faz ou deixa de fazer não é segundo a ação humana, nem dependende dela ou meramente em resposta a ela, mas "segundo o conselho da sua vontade" (Ef 1. 11).

Por estar sob a influência sinistra do arminianismo, Macedo não crê num Deus Soberano e determinador; resta-lha, como alternativa crer num homem soberano. Como disse o Rev. Mark R. Rushdoony: "A alternativa a um Deus que decreta é um Deus espectador, um que é sujeito às ações dos homens no tempo e na história".

Um comentário:

Rodrigo Leitão disse...

Meu grande amigo e pastor, gostei muito de saber que você entrou também na onda dos blogs, fiquei ainda mais contente ao ver um link para o meu, rs...

O artigo está muito interessante, o nosso dever enquanto cristãos genuínos é de proclamar a cada dia o que há de mais valioso no cristianismo que é a graça de Deus, isso deve mover nossas vidas e nossos ministérios.

Certa vez, C.S. Lewis disse que o que diferencia o cristianismo de qualquer outra religião é que nós não precisamos fazer nada para sermos amados e aceitos por Deus, o amor parte dele, isso é o que aquece nossos corações e inflama nossas almas como testemunhas de Cristo.