sexta-feira, 23 de março de 2012

TOMA, EDIR, QUE O FILHO É TEU!

Você está surpreso com a guerra entre os bispos megalomaníacos da Universal e da Mundial? Eu não! Nem um pouco! Não estou surpreso com a guerra entre eles, nem com as notícias. Mas estou indignado! Estou abismado com a hipocrisia e canastrice dessa gente. Até que ponto vai a vigarice desses falsos profetas brasileiros? 

O bispo da Universal ensinou tudo o que sabia para o da Mundial; todas as suas táticas e técnicas de safadeza em nome da fé; e agora dá uma de João-sem-braço, tentando apontar os erros do discípulo. “Hipócrita! Tira primeiro a trave que está no teu olho!” (Mt 7.5). 

E pensar que tem gente que ainda acredita que esse povo é evangélico! E pensar que tem gente que ainda se engana com esses falsos mestres, mensageiros de Satanás, mercenários, ervas daninhas que se infiltraram no meio da igreja para corromper a mente dos ignorantes e brincar com a fé dos incautos!

Estou exagerando no palavreado? Pode ser que sim, em função da minha indignação. Mas não me retrato. “Cada árvore é conhecida por seus frutos”, disse Jesus (Lc 6.44). “Não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco árvore má que dê fruto bom” (Lc 6.43). Da Universal só poderia sair algo do tipo da Mundial. O fruto do Edir Macedo só poderia ser algo do tipo do Valdomiro Santiago. Tal árvore, tal fruto. Tal pai, tal filho. Toma, Edir, que o filho é teu!


Agnaldo Silva Mariano

quinta-feira, 15 de março de 2012

POR QUE EU NÃO FAÇO PARTE DE NENHUM CONSELHO DE PASTORES


Quem é pastor já deve ter sido abordado, pelo menos uma meia dúzia de vezes, com convites para se filiar a alguma instituição que congrega líderes evangélicos em sua cidade. São os conselhos de ministros, as ordens de pastores, as associações ou quaisquer nomes semelhantes. Alguns têm até credencial, algum tipo de “documento oficial” para os pastores darem carteirada nos hospitais, penitenciárias ou outros órgãos públicos. É carteirada mesmo! Alguns pastores acham que esses documentos os habilitam a entrar em qualquer lugar a qualquer hora. Acham que podem passar por cima de normas e regulamentos simplesmente porque têm uma carteirinha plastificada com um brasão impresso, escrito: “Ordem de Ministros”, “Conselho de Pastores”, ou coisa semelhante.

No Brasil existem várias dessas entidades. Elas prometem desde representação junto a órgãos governamentais, apoio jurídico até intercâmbios, “incentivo ao esporte”, “efervescência cultural”, e outras “vantagens”. Não faltam nomes imponentes e embustes criativos para essas entidades que proliferaram pelo país afora, buscando para si a condição de representantes das lideranças evangélicas e também das igrejas.

O que se vê em boa parte destas agremiações é um festival de estranhezas que deveria afugentar de seus arraiais ministros sérios e comprometidos com a ética pastoral. Eu não sou filiado a nenhum conselho, associação ou qualquer coisa parecida por algumas razões bem simples. Eis algumas delas:

Primeiramente, eu não faço parte de nenhum conselho de pastores porque creio que esse tipo de instituição promove um ecumenismo evangélico sem qualquer compromisso com a verdade bíblica. Em reuniões desses conselhos não se questionam métodos e práticas das denominações ali representadas, nem mesmo se requer uma declaração de fé de seus membros que exija fidelidade aos princípios inegociáveis das Escrituras. Na realidade, ignora-se todo tipo de aberração praticada nas igrejas locais por seus pastores em nome de uma unidade que, quase sempre, se revela falsa e, quando não, danosa para o testemunho da igreja. Temas e questões importantíssimas para a pureza evangélica não são discutidos para não comprometer a tal “unidade”. Ali, dizem, não se discutem “placas de igreja” nem doutrinas. Assim, em nome dessa coisa a que chamam de “unidade” a verdade é deixada de lado como se fosse um elemento prejudicial.

Em segundo lugar, eu não faço parte de nenhum conselho de pastores porque esse tipo de entidade utiliza critérios frouxos para a filiação em seus quadros. Os conselhos de ministros, em geral, congregam indiscriminadamente qualquer um que se denomine pastor ou pastora, mesmo aqueles que a si mesmo se fizeram tais. Não há critério nenhum. Basta visitar os sites desses conselhos. Qualquer pessoa que se identifique como pastor pode pertencer a essas organizações. Não se exige nada além de documentos pessoais e, em alguns casos, o pagamento de taxas e mensalidades.  Tolera-se de tudo nessas sociedades, desde “pastoras” até auto-proclamados bispos e outras sumidades. Na cidade onde moro, por exemplo, o líder de um desses conselhos se auto-intitula “apóstolo”. A mesma falta de critério se dá em relação às denominações representadas. Não há juízo crítico quanto à declaração de fé dessas igrejas nem quanto à sua história e práticas. Basta ter o nome de igreja “evangélica” e um título de pastor, bispo ou até mesmo “apóstolo” e a filiação é garantida.

Em terceiro lugar, eu não faço parte de nenhum conselho de pastores porque tais entidades, por vezes, se tornam vergonhosas plataformas políticas em tempos de eleições. É notório que, em época de campanhas políticas, muitas reuniões desses conselhos são frequentadas por candidatos ávidos pelo apoio dos pastores e pela indicação de seus nomes nas igrejas. E muitos líderes desses conselhos aproveitam a ocasião oportuna para conseguir benesses em nome do povo de Deus.

Em quarto lugar, eu não faço parte de nenhum conselho de pastores porque não concordo que estas entidades emitam opiniões em nome dos evangélicos como se tivessem recebido uma procuração para falar em nome de todos. Basta surgir uma questão polêmica e lá estão os conselhos de pastores emitindo notas e reivindicando coisas em nome de todos os evangélicos, ainda que ninguém os tenha delegado como seus representantes. O segmento evangélico brasileiro é extremamente diversificado e as opiniões divergem em questões que vão muito além das placas denominacionais. Entre os evangélicos brasileiros não se fala a mesma língua em questões como aborto, homossexualismo, ecumenismo, política, etc. Por que eu, como pastor, confiaria a uma entidade formada por todo tipo de gente e que representa os tipos mais estranhos de movimentos e que não compartilha da mesma confissão de fé, o direito de falar em meu nome?

Em quinto lugar, eu não faço parte de nenhum conselho de pastores porque não quero compactuar com as crendices evangélicas defendidas, praticadas e disseminadas e por essas entidades, que afastam o povo da centralidade das Escrituras e da prática simples do evangelho de Cristo. Essas organizações são, em geral, lideradas por neo-pentecostais, defensores da teologia da prosperidade com suas práticas excêntricas e seu espírito megalomaníaco, pouco afeitos à centralidade das Escrituras como regra de fé e de prática.

Há, evidentemente, outras razões pessoais para eu não me filiar a nenhum conselho ou associação de ministros. Mas vou me deter nestas aqui. Creio que elas já são suficientes para que muitos não concordem comigo e critiquem a minha posição. Afinal, diriam, como pastor eu não deveria pregar a unidade do povo de Deus? Sim, e eu prego. Mas eu prego a unidade baseada em Cristo e na verdade do Evangelho, e não na mera condição de “evangélicos”, compartilhada por alguns. Ser evangélico há muito tempo deixou de ser sinônimo de apego ao evangelho. Ser pastor, então, há muito deixou de ser sinônimo de compromisso com a sagrada vocação. 

Movimentos interdenominacionais têm se transformado em esconderijos de aberrações e refúgio cômodo para muitos desvios doutrinários, éticos e morais, comprometendo a verdadeira vocação evangélica. Conselhos e associações desta natureza têm, muito frequentemente, abrigado em seus terrenos muitos oportunistas da fé, reverenciados e devidamente autorizados por, simplesmente, se auto-declararem “pastores”. Na verdade, a tolerância dessas organizações os incentiva e os credencia sem o pudor suficiente para desmascarar-lhes as intenções e as práticas.

Enquanto essas organizações se contentarem em esconder a verdade em nome do que chamam de “unidade” e se permitirem afrouxar os padrões para abrigar hereges travestidos de pastores, a igreja evangélica brasileira continuará caminhando a passos largos rumo à apostasia. E eu não gostaria de fazer parte disto.

Agnaldo Silva Mariano

ACERCA DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

O batismo com o Espírito Santo foi prometido por Deus através de Joel e de outros profetas no Velho Testamento,1 bem como através de João Batista e pelo Senhor Jesus Cristo no Novo Testamento.2 Essa promessa cumpriu-se no dia de Pentecoste, quando o Espírito Santo, já presente e atuante na Igreja do Antigo Testamento, veio operar na Igreja Cristã nascente com poder e glória superiores à Sua operação sob o Antigo Pacto, para capacitá-la a testemunhar do Cristo exaltado. 3 Deste batismo participam todos os crentes de todas as épocas ao serem incluídos na Igreja, o Corpo de Cristo, quando da sua regeneração-conversão.4 O batismo com o Espírito Santo no dia de Pentecoste marcou o início da fase neotestamentária da Igreja de Deus, confirmou a exaltação de Cristo à direita de Deus Pai, e inaugurou "os últimos dias".5 O poder prometido pelo Senhor Jesus aos seus discípulos, e que viria a eles por ocasião do Pentecoste, está relacionado com a evangelização apostólica até aos confins da terra, e consiste essencialmente na capacitação de cada crente para testemunhar de Cristo e para viver uma vida em que se veja o fruto do Espírito.6

A Escritura ensina que a experiência normal do batismo com o Espírito Santo coincide com a regeneração-conversão, e que são selados por este mesmo Espírito todos os que crêem genuinamente em Cristo Jesus.7 Portanto, o batismo com o Espírito Santo, indispensável para a genuína regeneração-conversão, não se confunde com a chamada "segunda bênção," referente ao derramamento do Espírito no livro dos Atos dos Apóstolos. Antes, é a graça vitalizadora e capacitadora disponível a todos os crentes, e não apenas a alguns. Acresce que a indizível bênção da regeneração- conversão de modo algum é inferior à chamada “segunda bênção.” Portanto, a recepção inicial de Cristo, pela fé, está associada ao batismo com o Espírito Santo.8 A Escritura também ensina que o batismo com o Espírito Santo, como narrado no livro de Atos, foi dado soberanamente por Deus em circunstâncias especiais, ocorrendo algumas vezes de forma súbita, como no Pentecoste. Quando o Espírito veio sobre os apóstolos e os demais reunidos no cenáculo, tomou-os de surpresa, vindo "de repente" (At 2.2a). Eles esperavam o cumprimento da promessa, mas não sabiam quando e nem como ela se daria. Em outras ocasiões, o batismo com o Espírito ocorreu de forma inesperada, como na casa de Cornélio,9 e ainda em outras através da imposição de mãos dos apóstolos.10

A Escritura dirige-se a todos os que já são crentes como tendo já sido batizados com o Espírito. Em nenhum lugar ela encoraja os que já são crentes a buscar esse batismo, quer por preceito, quer por exemplo. Na expressão "batizar com o Espírito Santo," o verbo ocorre no tempo futuro ("batizará") apenas antes de Pentecoste, e aponta para aquele evento como o futuro cumprimento da promessa do Antigo Testamento.11 Após o Pentecoste, nas cartas escritas pelos apóstolos às comunidades, os crentes são reconhecidos como já tendo sido batizados com o Espírito. Paulo escreveu aos Coríntios: "em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo” (1 Co 12.13).12 A Igreja alegra-se com o desejo de muitos dos seus pastores e membros de ter uma vida espiritual mais profunda e plena, e encoraja-os a buscar continuamente o ser cheios do Espírito, como Paulo ensina.13


Igreja Presbiteriana do Brasil em: "O Espírito Santo Hoje. Dons de Línguas e Profecia" - Carta Pastoral e Teológica endereçada aos Concílios e Ministros da Igreja Presbiteriana do Brasil.
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1 Jl 2.28,29; ver Is 32.15; 59.21; Ez 36.26,27; 37.14.
2 Jo 7.37-39; ver Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7-16; At 1.4-8.
3 At 2.16-21.
4 1 Co 12.13; Ef 1.13-14. A tradução em 1 Co 12.13 da expressão (“em um
Espírito”), é debatida, mas a maioria das traduções em inglês, alemão e francês, a tem traduzido como
“por um Espírito,” entendendo que a preposição aqui tem força instrumental.
5 At 2.16-17; 2.32-36.
6 At 1.8; Lc 24.49.
7Tt 3.5; At 2.38; Rm 5.5; 8.9; 1 Co 12.13. Ver At 11.17; 19.2, e ainda Ef 1.13-14; 2 Co 1.22; Ef
4.30.
8 1 Co 12.3; Rm 8.9-10; 1 Jo 4.2.
9 At 10.44-46.
10 At 8.14-16; 19.6. Neste sentido, aquelas experiências foram únicas, já que não temos mais
apóstolos como os Doze ou Paulo.
11 Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; e At 11.16.
12 A expressão “todos nós” abrange mais que somente a comunidade de Corinto, e aplica-se a
todos os crentes, conforme o restante do verso 13 indica. No original grego, “todos nós,” ocupa posição enfática. O aoristo indicativo aponta para uma ação pontilear realizada no passado. Por “pontilear” entende-se aquela qualidade de ação do aoristo indicativo, em que a ação é encarada do ponto de vista da sua realização, como um ponto, em contraste com o aspecto linear de outros tempos verbais, em que a ação é vista como ainda em andamento.
13 Ef 5.18. A ordem de Paulo pode ser traduzida como “enchei-vos” (reflexivo) ou “deixai-vos encher” (passivo). Entretanto, a maioria dos intérpretes prefere o sentido passivo.

quarta-feira, 7 de março de 2012

A NECESSIDADE DOS CREDOS E CONFISSÕES

Por Héber Carlos de Campos

As Igrejas Reformadas sempre primaram pela elaboração de credos e confissões. É característica das mesmas serem confessionais. Com base nas afirmações confessionais da Escritura, as Igrejas Reformadas viram a necessidade de possuírem uma identidade teológica. E há algumas razões que tornam necessária a formulação de um credo:


A. A Natureza da Igreja



A igreja de Cristo não é simplesmente uma reunião de pessoas que coincidentemente pensam a mesma coisa. Elas devem pensar basicamente as mesmas coisas porque para elas existe um só padrão de referência que é a Santa Escritura. A igreja de Cristo sempre foi confessante, porque a fé do coração deve ser expressa em proposições, em termos lúcidos, de forma que todos possam saber claramente em que a igreja crê.

Um credo deve ser a expressão exterior daquilo que a igreja crê interiormente. Ele é o produto da reflexão da igreja sobre a revelação divina. "Quanto mais rica for a reflexão da igreja, mais pleno e mais profundo torna-se o tom de sua confissão".  Um credo ou confissão sempre deve expressar o labor da igreja sob a orientação do Espírito Santo.


B. O Ataque de Outras Tradições Religiosas



Onde quer que a igreja professe abertamente a sua fé, ela irá encontrar oposição. Quando mais definida em sua teologia, mais oposição a igreja receberá. É importante observar que foi nos períodos de maior confrontação que a igreja mais produziu em termos de credos e confissões. Qual é a razão por que a igreja contemporânea não tem sido perseguida e atacada? É porque ela tem deixado de ser definida teologicamente. Historicamente, todas as vezes em que a igreja enfrentou oposição, ela se definiu. Certamente, a igreja contemporânea haverá de enfrentar discriminação quando tiver definido os seus rumos teológicos de maneira inequívoca. Será que a igreja contemporânea está disposta a pagar esse preço?

Os credos e as confissões mostram que a igreja tem definições a fazer e rumos a seguir. A verdadeira igreja de Cristo tem que possuir um norte teológico a ser seguido; ela não pode permanecer neutra nas questões espirituais, éticas e morais. Ela tem que ser confessional para poder combater os inimigos teológicos. Do contrário, ficará desnorteada.


C. O Espírito do Tempo Presente



Vivemos num tempo muito diferente do período da Reforma, quando as confissões foram formuladas. Havia então muitos inimigos da fé protestante, mas agora a situação é absolutamente diferente. Os protestantes não são tratados da mesma forma, e ninguém os tem atacado como aconteceu no passado. Contudo, essa situação não dispensa a necessidade de credos e confissões, pois é exatamente num tempo como o de hoje, de indefinição teológica, que se faz necessária a afirmação da verdade de forma objetiva. O ambiente teológico atual é o de um pluralismo onde as pessoas fogem de verdades objetivamente afirmadas.

A Escritura tem sido abordada por óticas diferentes, que geralmente são chamadas de cosmovisões. Ela tem sido interpretada por pessoas que possuem cosmovisões muito diversas, que ocasionam entendimentos bastante diferentes dos mesmos textos. A fé reformada é uma tentativa justa e consistente de interpretar a Escritura de acordo com a própria Escritura. Portanto, ao encerrar-se o século XX, as Igrejas Reformadas têm que fazer jus à sua história e reafirmar veementemente a fé que uma vez por todas nos foi entregue, da forma em que está interpretada pelos símbolos reformados de fé.


D. O Experiencialismo Vigente em Nossos Dias



O subjetivismo de nossa geração obriga a igreja a voltar aos padrões confessionais. Muitos evangélicos estão embarcando num experiencialismo desenfreado, onde os sentimentos têm sido a medida de todas as coisas, assim como no Iluminismo a razão tornou-se a medida de todas as coisas. Muitos ministros têm desprezado a verdade da Escritura e preferido as experiências místicas, que têm se tornado a sua "regra de fé." O resultado disso é que a igreja evangélica no mundo tornou-se uma Babel teológica, onde ninguém consegue falar a mesma língua, porque não existe padrão objetivo de verdade em que se possa confiar.

No cristianismo atual não há paradigmas confiáveis. A ênfase está na subjetividade das opiniões que controlam todo o arcabouço teológico de muitos líderes espirituais, os quais, com muita facilidade e maestria, controlam a mente e os sentimentos de "seus fiéis." É patente a necessidade dos credos nos dias de hoje, para que tenhamos um paradigma confiável baseado na totalidade da Palavra de Deus.


E. A Influência do Pluralismo Religioso



A presente geração anda tateando às cegas, sem saber onde apoiar-se. Tem sido ensinado nas escolas e, o que é mais desconcertante, em muitas igrejas da Europa, dos Estados Unidos e em algumas aqui do Brasil, que as religiões não-cristãs são caminhos alternativos para Deus. Jesus não é o único modo de chegar-se a Deus. Alguns cristãos admitem que Jesus é até o melhor, mas não o único. Por causa dessa filosofia religiosa, a verdade que foi pregada até o período pré-moderno não é mais a única. Não existe uma verdade na qual as pessoas possam confiar, porque elas têm sido ensinadas que ninguém possui a verdade, e sim que as verdades dependem do ponto de vista de cada um. Há uma variedade de verdades, dependendo do gosto do freguês. E, como não possuem discernimento espiritual, as pessoas andam desnorteadas.

Este tempo é de grande urgência para a igreja cristã, que pode e deve assumir posições teológicas e ético-morais a fim de poder ser uma bússola para as pessoas desorientadas. O tempo presente exige dos genuínos cristãos uma fé seguramente formulada e confessada, a fim de que seja o único caminho de salvação, um guia seguro para o céu, pois aponta a única verdade que é Jesus, e tudo o que ele disse e fez por pecadores perdidos.


F. A Pureza da Doutrina



Escrevendo à igreja de Filipos, Paulo disse de maneira inequívoca que os irmãos deviam "lutar juntos pela fé evangélica" (Fp 1.27). Essa fé mencionada por Paulo era o conjunto de verdades que os crentes haviam recebido dos apóstolos e que deviam preservar até mesmo ao custo de suas próprias vidas. Esse espírito de união na luta pela fé deveria unir todos os cristãos. Estes é que deveriam preservar a pureza da doutrina. Se os cristãos genuínos não fizerem isto, eles põem a perder todo o seu fundamento teológico.

A mesma idéia teve Judas, provavelmente o irmão do Senhor, quando escreveu aos seus leitores, exortando-os a batalharem "diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (v. 3). É responsabilidade nossa defender a fé, mas como defendê-la se não a temos afirmada e confessada? A Escritura tem que ser entendida da maneira mais clara possível e este entendimento tem que ser afirmado confessionalmente, a fim de mostrarmos ao mundo aquilo em que cremos, sendo homens e mulheres teologicamente definidos. Além disso, Judas diz que essa batalha tem que ser diligente, mostrando todo o nosso esforço na preservação da pureza da doutrina. Na época em que Judas escreveu, o Novo Testamento ainda não havia sido reunido canônicamente. As verdades eram conhecidas dos crentes de um modo verbal. Só um pouco mais tarde é que as cartas foram colecionadas. Judas, portanto, referia-se aos conceitos doutrinários que os crentes haviam recebido dos apóstolos e pelos quais deveriam batalhar diligentemente. Eles não deviam permitir que a fé fosse deturpada, como alguns costumavam fazer (2 Pe 3.16). A pureza da doutrina é uma questão prioritária e fundamental em todas as épocas, especialmente quando ela se encontra debaixo de tantos ataques.

Não há como preservar a pureza da doutrina de Deus se ela não for devidamente escrita e confessada.

sexta-feira, 2 de março de 2012

CANTANDO COM O ESPÍRITO, COM A MENTE E COM AS ESCRITURAS

A experiência tem demonstrado que nem sempre os autores de cânticos contemporâneos estão preocupados com a verdade em suas composições. Às vezes contentam-se em arranjar uma boa rima, um refrão que “grude” na cabeça dos ouvintes e que garanta boas vendas sem uma boa avaliação criteriosa se aquilo é ou não correto.

Não é muito difícil encontrar equívocos nos cânticos que fazem parte do repertório litúrgico de grande parte de nossas igrejas. Isto se dá, na maioria das vezes, porque não se faz uma análise acurada do que se vai cantar. O que determina a escolha dos cânticos, em geral, é o gosto de quem vai ouvir ou de quem vai tocar, o ritmo ou, simplesmente, a autoria das músicas. Nos cultos a emoção produzida pelos “ministros” de louvor e pelos instrumentos leva as pessoas a fechar os olhos, erguer as mãos, bater palmas, dançar, chorar, tudo no espírito; mas nem sempre as pessoas são levadas a pensar no que estão cantando ou fazendo.

O apóstolo Paulo ensinou: “Cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente” (1 Co 14.15). Para muitas pessoas, tudo que se refere à fé ou à piedade precisa estar absolutamente desvinculado da razão. Não se pode negar que a fé e a piedade, muitas vezes, superam, ultrapassam e transcendem a capacidade racional; mas nem a fé, nem a piedade excluem o raciocínio como elemento indispensável da condição humana. Cantar louvores é um exercício de fé e piedade, algo espiritual, com toda certeza; mas não pode ser algo espiritualizado a ponto de se perder a noção da realidade. Portanto, precisa ser feito também com a mente, ou seja, de maneira que se entenda o que se está fazendo, ou, como diz Calvino, de maneira que “o entendimento também esteja em atividade” ou que “a mente não fique inativa”. Os olhos podem estar fechados, mas a mente não!

Cantar com a mente e com o espírito é realizar o verdadeiro louvor. Significa utilizar todas as faculdades, toda a capacidade de humanidade dada a nós por Deus para o serviço dele. É amar a Deus com toda a intensidade e completude que ele requer dos seres humanos: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento” (Mt 22.37).

Os nossos cânticos devem, também, refletir a verdade das Escrituras. Os verdadeiros adoradores, disse Jesus, “adorarão o Pai em espírito e em verdade” (Jo 4.23) e garantiu que a Palavra de Deus é a verdade (Jo 17.17). Não haverá louvor se a verdade for suprimida. Cânticos sem a verdade das Escrituras são meros cânticos, não louvor. Deus não quer apenas cânticos; ele deseja um louvor que seja fiel à sua verdade revelada. Os nossos cânticos, portanto, precisam refletir aquilo que as Escrituras dizem, precisam ser moldados pelas Escrituras, movidos e confirmados pela Palavra de Deus, porque a Palavra de Deus fornece toda a sabedoria de que precisamos (Sl 19.7) e nos revela tudo o que necessitamos saber para agradar a Deus, seja na liturgia do culto, ou na liturgia da vida. Como diz o Rev. Geoffrey Thomas, “As Escrituras produzem a atmosfera e fornecem os temas, as orações, os louvores e a pregação. Dessa forma, possuímos um padrão para conhecer o que é certo e o que é errado em tudo o que é falado e cantado”.

É lamentável que haja composições e compositores cristãos modernos que nem sempre levam em consideração estes princípios. Muitos preferem cantar suas experiências pessoais, modismos ou chavões inventados pelo gospel, que traduzem o pensamento humano e não a verdade divina. É ainda lamentável que nossas igrejas reproduzam sem quaisquer critérios certos cânticos que, se fossem colocados sob o crivo da mente e das Escrituras jamais poderiam ser introduzidos em um ambiente de culto ao Deus Santo. Isto se dá, muitas vezes, porque muitos crentes têm medo, ou mesmo, preguiça de usar a mente para cantar ou, simplesmente, porque lhes falta o conhecimento suficiente das Escrituras.


Agnaldo Silva Mariano

quinta-feira, 1 de março de 2012

ABORTO

Por John A. Kohler, III
  • É moralmente errado assassinar uma pessoa feita à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 9:5-6; Êxodo 20:13; 21:12,14,22-23; 23:7; Levítico 24:17; Números 35:31; Deuteronômio 5:17; 27:25).
  • Desde o momento da concepção, um bebê não-nascido é uma pessoa distinta, feita à imagem e semelhança de Deus (Jó 10:8-12; 31:15; 34:19; Salmos. 139:12-19; Isaías 49:1,5; Jeremias 1:5 ).
  • Davi era uma pessoa desde o momento de sua concepção (Salmos 51:5). Jó era uma pessoa desde o momento de sua concepção (Jó 3:3).
  • João Batista era uma pessoa enquanto no ventre de sua mãe (Lucas 1:13-17,39-44 ). O Senhor Jesus era uma pessoa enquanto no ventre de Maria (Mateus 1:18-25 ).
  • Deus chama algumas pessoas para Seu futuro serviço enquanto elas ainda estão no ventre (Isaías 49:1,5; Jeremias 1:5; Lucas 1:13-17; Gálatas 1:15-16 )
  • No Novo Testamento, a mesma palavra grega (brephos) é usada tanto para descrever um bebê não-nascido dentro do ventre, como também para descrever uma pessoa fora do ventre (Lucas 1:41,44; 2:12,16; 18:15; Atos 7:19; 17:28-29; II Timóteo 3:15; I Pedro 2:2 ).
  • Deus odeia “mãos que derramam sangue inocente” (Provérbios 6:17 ).
  • O aborto pode ser legal de acordo com a lei do homem, mas é um assassinato cruel de acordo com a lei de Deus.