quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

VALE A PENA OUVIR O QUE DIZ O CORAÇÃO?


É comum ouvirmos pessoas aconselhando outras em momentos de dúvidas a seguirem o que o coração pede. “Faça o que o seu coração está pedindo”, é um conselho cheio de boas intenções, mas carregado de perigos.


O coração humano é fonte de grandes males, segundo a Bíblia: “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15. 19). Ouvir o que diz o coração não é uma boa decisão em momentos de dúvidas.


Nosso coração é enganoso e desesperadamente corrupto (Jr 17. 9), está inteiramente disposto a praticar o mal (Ec 8. 11), e está cheio de maldade e desvarios (Ec 9. 3). Não podemos deixar o coração decidir por nós.


A melhor maneira de enfrentar momentos de dúvida é descansar no sábio conselho de Deus, revelado em sua Palavra. Debruçar-se sobre as Escrituras com humildade e fé, esperança e submissão nos fará encontrar as respostas que a nossa alma anseia.




Que ninguém se engane confiando nos conselhos do seu próprio coração. Confiemos no ensino da Palavra de Deus: “Se, porém, alguém de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente” (Tg 1. 5).

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Trágico ou cômico? A realidade do circo evangélico brasileiro.


O evangelicalismo brasileiro está cada vez mais bizarro. Confesso que antes eu ficava assustado com determinadas práticas grotescas. Hoje o máximo que faço é dar boas risadas. Fico indignado, sim, mas não sem rir bastante. Rir para não chorar, como diriam alguns. É trágico e ao mesmo tempo cômico. A igreja evangélica brasileira está se tornando uma grande piada doutrinária.

É patético sentar e assistir alguns programas evangélicos de televisão. Quanta besteira! Um vocabulário manjado, pobre, chavões copiados e reproduzidos sem o menor sentido. Tipo: "Olha para o seu irmão e diga: Deus tem um propósito na sua vida"; “O Brasil é do Senhor Jesus”; “Eu determino”... e por aí vai. Qualquer um pega um microfone, sobe em uma tribuna e se auto-intitula Pastor, Bispo. E o pior, agora estão fazendo a si mesmos Apóstolos. Quanta vaidade! Quanta soberba!

Muitos cânticos gospel são sofríveis, verdadeiros mantras. Um tal de apaixonado pra cá, chuva que não acaba mais, derrama daqui, tua noiva dali... Quanta falta de criatividade!Um tipo de adoração quase profana, beirando o erotismo. Há um tempo atrás ouvi um CD em que o cantor orava pedindo para que a igreja tivesse um romance com Deus. Isso beira à blasfêmia! Não acredita? Ouça um dos primeiros CDs do grupo Apascentar.

Aliás, Apascentar que virou Toque no Altar e agora dividiu por causa de dinheiro e virou Trazendo a Arca. Quanta mutação! Quanta futilidade!

Está ficando cada vez mais difícil caminhar ao lado de determinadas denominações. Não sou a favor de conflitos, mas também não sou a favor de unir todos independente das convicções. Caminhar junto com certas igrejas é impossível. Esse neo-pentecostalismo (ou pós-pentecostalismo como li recentemente) está cada vez mais distante do que poderíamos chamar de Evangelho. Não podemos ser sectários, mas creio que precisamos ser criteriosos.

O maior critério que podemos ter é a Bíblia. Ela é a régua que serve para medir toda e qualquer doutrina ou prática. Somente a Escritura é o padrão para a Igreja. E será preciso voltar a ela para não nos associarmos a esse circo.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

É possível matar por amor?

O Brasil todo assistiu estarrecido o desfecho trágico do seqüestro da jovem Eloá Pimentel, ocorrido na cidade de Santo André, em São Paulo. Dezenas de horas de agonia e expectativa, vividas sob os olhares atentos (e oportunistas) da mídia e de um país perplexo diante do desvario de um sujeito desequilibrado com uma arma na mão disposto matar “por amor”.

Por amor? Que amor? Ninguém, em sã consciência, será capaz de chamar aquela sandice de amor. Não! Definitivamente, amor não é aquilo.

Nossa sociedade confunde amor com uma infinidade de sentimentos pobres e superficiais. Há muitos frustrados por aí, matando, morrendo, enlouquecendo por causa de sentimentos torpes ou até legítimos, contudo, grosseiramente confundidos com o amor. Confunde-se amor com luxúria, com paixonite adolescente, com obsessão, com amizade, com uma noite de sexo ou um mero beijo na boca. Amor para ser amor de verdade precisa ir além de tudo isto.

O amor de verdade não pode ser visto no ato tresloucado daquele sujeito de Santo André. O amor verdadeiro dá a vida pelo outro, nunca a tira. Não há nenhum pretexto que justifique matar por amor.

O amor verdadeiro alegra-se com o “sim” e respeita o “não”, pois é benigno, procura o bem. Quem ama de verdade sabe que onde termina a estrada para o amor “namorado” permanece o caminho do amor ao próximo que deve ser trilhado sem ressentimentos.

O amor verdadeiro não tem pressa, pois é paciente. Não perde o controle, não se irrita com facilidade, não obstrui a passagem da graça aos outros, mas é canal aberto para que ela se derrame.

O amor verdadeiro não se afoga no “eu”, mas derrama-se e realiza-se abundante e plenamente no “outro”. É saúde, refrigério, virtude, não luto medo e dor.

O amor verdadeiro não arde em ciúmes. Não é covarde. Não esconde-se atrás de uma arma. É capaz de suportar até o ódio, pois é humilde, não se ensoberbece.

O verdadeiro amor é manso, é renovo, é festa, deliciosamente ingênuo.

“Amor” que fere é ódio escondido, é cilada, é estultice. A única justificativa para o amor é a vida, nunca a morte.

Eloá não morreu vítima do amor do ex-namorado. Morreu vítima do ódio, da loucura, do espírito doentio. Um triste fim para uma breve história de vida, interrompida pelo engano de quem nunca soube o que significa de fato AMAR.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

SOLA SCRIPTURA (Parte 2)



AS ESCRITURAS SAGRADAS TÊM SUPERIORIDADE EM RELAÇÃO À TRADIÇÃO E AS EXPERIÊNCIAS.

Um dos mais eficazes métodos da Igreja Romana para manter as pessoas presas ao seu terrível corolário dogmático é a declaração do valor das tradições em matéria de fé e prática. Ou seja, para a Igreja Romana, nem tudo o que a Igreja crê e pratica precisa estar na Bíblia. Se a tradição da igreja definiu algo como aceitável e correto, assim deve ser mantido para sempre, independentemente de ser ou não especificado nas Escrituras.

O Catecismo da Igreja Católica diz nos parágrafos 81 e 82: “Quanto à Sagrada Tradição, ela ‘transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a Palavra de Deus...’” “...a Igreja... não deriva a sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura. Por isso, ambas devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência”. Eis uma terrível blasfêmia contra as Escrituras. Comparar a autoridade das Escrituras com tradições humanas é, no mínimo, um ato de blasfêmia.

A Igreja Romana entende que a tradição da Igreja e a autoridade do Papa é infalível. Portanto, tudo o que a igreja ou o Papa ensinar estão livres de erros. Com tal declaração, os católicos caem no grosseiro erro de colocar a autoridade humana em mesmo nível que a autoridade das Escrituras. Esta doutrina não é ensinada nas Escrituras, mas foi incorporada à vida da Igreja no ano 1076.

O autor reformado Paulo Cristiano da Silva argumenta com precisão: “A posição oficial do catolicismo em relação à Bíblia é que a Bíblia não pode falar por si mesma a não ser que seja interpretada pela igreja católica, levando em conta a tradição viva da igreja. Em outras palavras, a Bíblia não possui nenhuma autoridade inerente, como a verdadeira Palavra de Deus. Quando um fiel se defronta com um conflito entre a Bíblia e a autoridade da igreja em algum ponto doutrinário, como por exemplo: purgatório, imagens, santos ou idulgências ele imediatamente abandona a voz da Palavra de Deus e apega-se à voz da sua igreja, pois, como ele sempre foi ensinado, esta é a única intérprete infalível da Bíblia, tendo a tradição como ferramenta exegética”.

O Rev. João Alves dos Santos diz que “a Igreja Romana arroga a si não só a autoridade de interpretar e contextualizar a Bíblia, de modo infalível, mas a de continuar a sua revelação. Por isso a leitura da Bíblia pelos leigos não é vista como necessária; e, em alguns casos, é tida até como perigosa... A igreja pode errar e tem errado”.

Na contramão desse engodo pernicioso, os reformadores afirmaram: Sola Scriptura, somente a Escritura. Com isto declararam a superioridade das Escrituras Sagradas em relação às tradições humanas em matéria de fé e prática. Embora a Igreja Romana não negue declaradamente a autoridade das Escrituras, torna essa autoridade insuficiente quando acrescenta a tradição como igual fonte da revelação de Deus. Os reformadores resgataram o princípio da exclusividade da Palavra de Deus em matéria de autoridade: Sola Scriptura; somente a Escritura. Com este brado os reformadores “queriam dizer que a Bíblia é a única autoridade infalível dentro da igreja” (Paulo Cristiano da Silva).


Os reformadores viram que a igreja pode errar, as tradições podem errar, os líderes podem errar; e, se estes erram, sua autoridade não pode ser tida como infalível. As Escrituras, por sua vez, e somente as Escrituras, jamais erram; então, somente sua autoridade é infalível.

As Escrituras afirmam categoricamente que são dignos da mais severa punição aqueles que desejam acrescentar algo à autoridade da Palavra de Deus: “Se alguém acrescentar alguma coisa às palavras da profecia deste livro, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro...” (Ap 22. 18).

A Tradição tem sido a mãe de todas as heresias encontradas no bojo da teologia católica. É importante lembrar que é pela tradição, e não pelo que diz as Escrituras, que ainda hoje a Igreja Romana defende heresias como culto aos santos, culto à virgem Maria, doutrina do purgatório, extrema-unção, adoração às imagens e relíquias, adoração à hóstia, entre outras. A Bíblia nada ensina sobre essas coisas, e essas doutrinas contrariam todo o conteúdo da Palavra de Deus.

As tradições podem nos ter legado certas informações importantes, mas são falíveis; não podem ter autoridade igual à das Escrituras em matéria de fé e prática.

Na época de Jesus, os judeus também cometiam o erro de colocar a tradição em pé de igualdade com a Bíblia. “Na verdade, eles faziam as suas tradições superiores à própria Bíblia, porque esta, fora interpretada através das tradições”, diz Paulo Cristiano da Silva; e ainda acrescenta com propriedade: “Sempre que a tradição é elevada a um nível tão alto de autoridade, fica inevitavelmente prejudicada a autoridade da Bíblia”.

Quanto ao erro dos judeus em colocar sua tradição em pé de igualdade com a Bíblia, Jesus os repreendeu severamente:

“Ele, porém, respondendo, disse-lhes: E vós, por que transgredis o mandamento de Deus por causa da vossa tradição?” Mt. 15:3

“Vós deixais o mandamento de Deus, e vos apegais à tradição dos homens.” Mc. 7:8

“Disse-lhes ainda: Bem sabeis rejeitar o mandamento de Deus, para guardardes a vossa tradição.” Mc 7:9

“Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes; também muitas outras coisas semelhantes fazeis.” Mc. 7:13

Mas não é somente a Tradição que tem sido colocada em pé de igualdade com a Palavra de Deus ainda hoje. Em muitos círculos evangélicos as experiências pessoais ocupam uma posição tão singular quanto a Tradição entre os católicos.


O professor Francisco Solano Portela denuncia: “No campo evangélico neopentecostal, a suficiência da Palavra de Deus é desconsiderada e substituída pelas supostas ‘novas revelações’, que passam a ser determinantes das doutrinas e práticas do povo de Deus”. Isto significa que muitos crentes têm deixado de procurar nas Escrituras Sagradas a verdade sobre sua fé e sua maneira de viver para confiar em supostas revelações, sonhos, profecias, e outras experiências incertas e questionáveis. Para muitos crentes essas profecias e revelações funcionam como regra de fé e conduta, e esses crentes dependem desses argumentos para viver a sua vida cristã.

Ao rebater Satanás, Jesus usou o argumento inquestionável das Escrituras: “Está escrito” (Mt 4. 4). Os crentes de Beréia foram chamados “mais nobres” porque examinavam as Escrituras para buscar a comprovação do que estava sendo pregado pelos apóstolos, a fim de fundamentar nas Escrituras a sua fé e prática (At 17. 11). Estes deveriam ser modelos para as igrejas cristãs de hoje; mas o que se observa em muitos casos é a exaltação das experiências em detrimento da segurança e superioridade das Escrituras. Em lugar de “está escrito” ouve-se: “Eu senti”, “Eu sonhei”; ao invés de examinar as Escrituras para compreender a insuperável revelação de Deus, muitos crentes simplesmente dizem: “Eu fui revelado”... E o mais terrível é que muitas doutrinas e regras têm sido ensinadas e vividas a partir dessas experiências infundadas, descaracterizando a Igreja Cristã, e mergulhando o povo de Deus num imenso caos de subjetividades e misticismos inconseqüentes, como se o Espírito de Deus falasse independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia.

O autor João Alves dos Santos afirma: “Só a Escritura e toda a Escritura! Não precisamos de outra fonte para saber o que devemos crer e como devemos agir. Hoje há uma tendência para se colocar a experiência humana e supostas revelações do Espírito no mesmo nível de autoridade das Escrituras, por parte de alguns grupos evangélicos. Na prática, às vezes essas experiências acabam se tornando mais desejadas e tidas como mais valiosas do que o próprio ensino das Escrituras. Tomam hoje o lugar que, no passado, tomava a Tradição. É preciso que voltemos ao princípio da Sola Scriptura, se queremos ser realmente reformados em nossas convicções e práticas. A Escritura, e não a nossa experiência subjetiva, deve ser o nosso critério de verdade”.

Afirmamos que a Bíblia é meio ordinário de o Espírito falar ao povo de Deus. Novas revelações, supostas profecias, sonhos e outras experiências pessoais não devem ocupar o lugar ímpar das Escrituras na busca da vontade de Deus pelos cristãos. As experiências pessoais não são veículos de revelação, muito menos podem ter autoridade na igreja semelhante à das Escrituras.

Michael Horton, grande escritor reformado diz acertadamente: “Não deveria ser permitido à igreja fazer regras ou doutrinas fora das Escrituras. Não existem novas revelações, nem papas que ouvem diretamente a voz de Deus, e nada que a Bíblia não apresente deveria ser ordenado aos cristãos”.


Lutero combateu a venda de indulgências e das outras superstições da igreja medieval porque ele percebeu que estas coisas não estavam baseadas na Bíblia. Hoje cabe a nós continuar combatendo as heresias defendidas pela Tradição católica e outras incorporadas à igreja evangélica pelas experiências casuais de certos crentes.

Os reformados ficam ao lado das Escrituras, e defende sua superioridade em relação à tradição e às experiências pessoais em matéria de fé e prática. A nossa fé não pode ter outro fundamento que não seja a Palavra de Deus. As experiências e as boas intenções dos homens não substituem a revelação especial de Deus contida somente nas Escrituras.

Como Lutero diante de seus acusadores, afirmemos também: “Eu estou atado pelas Escrituras, e a minha consciência é escrava da Palavra de Deus”. Nossa consciência não pode ficar presa às tradições ou experiências. Elas são falíveis e inseguras. Somente as Escrituras devem cativar nossa consciência. “Deus, pela sua Palavra, tornou a fé segura para sempre, fazendo-a superior a toda mera opinião”, diz o reformador João Calvino.

“A lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices; os mandamentos do Senhor são retos, e alegram o coração; os preceitos do Senhor são puros e iluminam os olhos” (Sl 119. 7 e 8).

A autoridade das Escrituras é superior à tradição e às experiências pessoais. Doutrina e prática cristãs não se baseiam em sentimentos, experiências, boas intenções nem mesmo em tradições. Doutrina e prática cristãs se baseiam única e exclusivamente na imutável Palavra de Deus. Somente a Escritura deve ser a nossa única regra de fé e prática. “Qualquer igreja que dê à Palavra uma posição inferior é mentirosa e enganadora” (Richard Bennet). O catolicismo afirma: “As Escrituras mais a tradição”; o neo-pentecostalismo ensina: “As Escrituras mais as experiências”. A fé reformada determina: “As Escrituras, e somente as Escrituras”.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

“SOLA SCRIPTURA: AS ESCRITURAS SAGRADAS SÃO A ÚNICA REGRA INFALÍVEL DE FÉ E PRÁTICA DA IGREJA CRISTÔ

O ano 1517 entrou para a história como o ano em que eclodiu a Reforma Protestante. A Reforma não foi um movimento instituído a fim de dividir a Igreja, mas tinha o propósito de restaurá-la, e resgatar sua identidade bíblica. O grande objetivo era promover um retorno às Escrituras para reformar a igreja que havia caído, ao longo dos séculos, numa decadência teológica, moral e espiritual.

A Reforma Protestante foi um grito contra os erros praticados na Igreja por muitos anos. Ao longo de toda a Idade Média, a igreja encheu-se de paganismo, sofrendo vários desvios. Várias inovações foram promovidas, desde o uso de velas nas cerimônias, em 320, culto aos santos, em 375, culto à Virgem Maria, em 431, venda de indulgências, em 1190, etc.

De todas as inovações, a que mais prejudicou a igreja foi a proibição da leitura da Bíblia, em 1229. Não é sem razão que esse período é chamado, na história eclesiástica de Era das Trevas. O professor Francisco Solano Portela diz: “Na ocasião da Reforma, a tradição da igreja já havia se incorporado aos padrões determinantes de comportamento e doutrina e, na realidade, já havia superado as prescrições das Escrituras. A Bíblia era conservada distante e afastada da compreensão dos devotos. Era considerado um livro só para os entendidos, obscuro e até perigoso para as massas. Os reformadores redescobriram e levantaram bem alto o único padrão de fé e prática: a Palavra de Deus, e por este padrão aferiram tanto as autoridades como as práticas religiosas em vigor”.

A Reforma Protestante adotou bandeiras que caracterizavam os pontos principais de sua fé. Esses pontos ficaram conhecidos como os solas: Sola Scriptura, sola fide, sola gratia, solus Christus, soli Deo gloria.

Sola Scriptura é uma dessas bandeiras. Este lema afirma a suficiência das Escrituras e enfatiza que somente a Bíblia é a única autoridade infalível dentro da igreja. As Escrituras Sagradas devem ser sempre a autoridade final, e não a filosofia e tradições dos homens ou decisões conciliares. A Bíblia, e somente ela, deve ser a regra de fé e prática do cristão.

Sola Scriptura. Essa bandeira deve ser defendida ainda hoje, quando a igreja tem priorizado experiências pessoais ou tradições religiosas. “Hoje o mundo está sem um padrão. Mas não é somente o mundo: a própria igreja evangélica está voltando a enterrar o seu padrão em meio a um entulho místico pseudo-espiritual. A mensagem da reforma continua necessária” (Francisco Solano Portela). O brado de Sola Scriptura ainda é urgente!


1. AS ESCRITURAS SAGRADAS POSSUEM AUTORIDADE COMO PALAVRA DE DEUS.


O autor aos Hebreus dá uma informação preciosa a respeito da autoridade das Escrituras: “A palavra de Deus é viva e eficaz” (Hb 4. 12). Ele deixa claro de qual Palavra está falando: Não é da palavra de homens, e sim da Palavra de Deus. E o que podemos chamar de Palavra de Deus? Nada além das Escrituras Sagradas. O conteúdo da Bíblia é a Palavra de Deus para o homem, e somente a Bíblia pode receber este maravilhoso título. Somente as Escrituras Sagradas têm autoridade para ser nossa única regra infalível de fé e prática porque elas são a Palavra de Deus. O Catecismo Maior de Westminster afirma: “As Escrituras Sagradas – o Velho e o Novo Testamentos – são a Palavra de Deus, a única regra de fé e obediência”.

A Bíblia não pode ser vista como um compêndio de palavras meramente humanas. É sabido que homens santos a escreveram sob a inspiração do Espírito Santo (2 Pe 1. 21), e as palavras nela contidas são palavras de Deus. Deus é o seu autor.

Diz Spurgeon, pregador inglês, em seu sermão A Bíblia, pregado em março de 1855: “Este volume é a escrita do Deus vivo: cada letra foi escrita por um dedo Todo-poderoso; cada palavra saiu dos lábios eternos, cada frase foi ditada pelo Espírito Santo”. E por ser a Palavra de Deus, a Bíblia é um livro que tem autoridade: “Esta Bíblia é um livro autorizado, pois Deus o escreveu. Oh, temam, não a desprezem, observem sua autoridade, porque é a Palavra de Deus”, diz novamente Spurgeon.

A autoridade das Escrituras provém não da interpretação da Igreja, e sim de seu autor. “A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a Palavra de Deus” diz o Rev. João Alves dos Santos

Sendo assim, somente as Escrituras são a regra inerrante da vida da igreja. Nada mais deve ocupar esse lugar tão singular. As opiniões de pastores, escritores, estudiosos, enfim, todas devem ser submetidas às Escrituras porque elas sim, têm autoridade para nos guiar à glorificação do nome de Deus, porque, como Palavra de Deus, elas têm autoridade irrevogável e inquestionável.

“Para os reformadores, a Bíblia não era um livro de doutrinas e proposições a serem aceitas intelectualmente ou mediante a autoridade da igreja, mas uma revelação direta, viva e pessoal de Deus, acessível a qualquer pessoa”, afirma o professor Alderi Souza de Matos. Isto, na prática, significa dizer que não é preciso um líder eclesiástico interpretar o que diz a Bíblia para que ela se torne aceitável. Deus tem dado a cada crente a iluminação de seu Espírito a fim de que todos os crentes verdadeiros possam compreender o que diz a Bíblia. Ela é autoridade por si mesma para nos conduzir em matéria de fé e prática, porque ela é a Palavra de Deus, e como tal, “é autoritativa em todas as esferas da vida. Todas as coisas escritas na Bíblia são verdadeiras porque são a Palavra de Deus” (Sebastião M. Arruda).

O escritor da epístola aos Hebreus diz: “A Palavra de Deus é viva e eficaz”. Paulo afirma a autoridade das Escrituras como Palavra de Deus em 2 Tm 3. 16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus...”. Sendo assim, as Escrituras são o nosso único guia para a salvação, para a glorificação do nome de Deus e para a vida prática; através dela, o crente se torna habilitado para toda a boa obra (2 Tm 3. 17).

Desta forma, podemos afirmar que toda religião ou igreja que nega a autoridade das Escrituras como Palavra de Deus deve ser considerada apóstata. “A Palavra de Deus é o alicerce sobre o qual a esperança de alguém reside”, disse o escritor protestante (ex-padre católico) Richard Bennet.

A Igreja Cristã de nossos dias precisa reafirmar esta verdade: Somente as Escrituras Sagradas são nossa única regra infalível de fé e prática porque possuem autoridade como Palavra de Deus. Ela é a verdade porque procede do Deus da verdade (Jo 17. 17). A Bíblia, e somente a Bíblia, tem esta autoridade.

(Continua).

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Igreja Universal terá que devolver mais de R$ 50 mil de dízimo à fiel


Reportagem publicada pelo portal UAI:

"A Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a devolver ao fiel Edson Luiz de Melo todos os dízimos e doações feitas por ele. De acordo com o processo movido por sua mãe, Edson, que é portador de enfermidade mental permanente, passou a freqüentar a igreja em 1996 e desde então era induzido a participar de reuniões sempre precedidas e/ou sucedidas de contribuição financeira.

Segundo o advogado que representou o fiel, Walter Soares Oliveira, a quantia total a ser restituída será apurada com base nas provas, mas certamente ultrapassará os R$ 50 mil. Além de devolver as doações, a Igreja Universal ainda terá de indenizar o fiel em R$ 5 mil por danos morais.

No processo consta que "promessas extraordinárias" eram feitas na igreja, em troca de doações financeiras e dízimo. Teria sido vendida a Edson Luiz, por exemplo, a "chave do céu". A vítima também recebeu um "diploma de dizimista" assinado por Jesus Cristo. Com isso, as colaborações doadas mensalmente chegaram a tomar todo o salário do fiel, que trabalhava como zelador.

Em virtude do agravamento de sua doença, Edson foi afastado do trabalho, quando então passou a emitir cheques pré-datados para fins de doação à igreja. Ele ainda fez empréstimos em um banco e vendeu um lote por um valor irrisório, para conseguir manter as doações à instituição religiosa.

Processo

Em 1ª Instância o juiz havia ponderado que a incapacidade permanente do fiel só se deu a partir de 2001, quando houve sua interdição. Dessa forma, ele entendeu que a igreja não poderia restituir valores de doação anteriores àquele ano, motivo pelo qual estipulou em R$ 5 mil o valor que deveria ser devolvido.

Já em 2ª Instância, o desembargador Fernando Botelho, relator do recurso, considerou que o fiel não tinha "condições de manifestar, à época dos fatos, livremente a sua vontade, já que dava sinais (quando da emissão dos cheques de doação à igreja) de ter o discernimento reduzido” sendo “os negócios jurídicos ali realizados nulos", e por isso determinou, juntamente com os outros dois desembargadores, a devolução do valor integral das doações.

A decisão ainda cabe recurso judicial."

E tem gente que ainda chama essa "máfia" de Igreja Evangélica...

terça-feira, 17 de junho de 2008

É PROIBIDO PENSAR


Confesso que não curto muito as músicas do João Alexandre. Nada pessoal, apenas uma questão de estilo. Mas tenho que admitir que a música "É proibido pensar" é muito boa, e ironicamente nos conduz a pensar na situação caótica do evangelicalismo contemporâneo. É um desabafo, um grito de misericórdia, um clamor em nome da sensatez.

A nau evangélica parece navegar na direção do puro e grosseiro fanatismo, conduzida por ventos de doutrinas, capitaneada por falsos profetas, pregoeiros doidivanas, alienadores, enganadores, aproveitadores, repleta de papagaios de pirata, repetindo os mantras gospel e as palavras de ordem do evangeliquês.

O evangelicalismo contemporâneo é uma tragédia-cômica. Causa risos e choro na mesma proporção. Não risos de unção nem choro de contrição. Na verdade, risos de deboche e lágrimas de vergonha.

João Alexandre falou em forma de canção o que os reformados vêm falando nos púlpitos. Pena que as vozes dos pregadores reformados não alcançaram a mesma dimensão da voz e do violão do João. Mas o recado está dado. Aos neo-pentecostais e a nós também, por que não? Afinal, corremos o sério risco de achar que, por sermos minoria, estamos ficando para trás.

No evangelicalismo atual é proibido pensar. É proibido ser racional. É proibido até ser gente. Talvez por isso há tantas pessoas que acreditam que a tal bênção de Toronto, na qual as pessoas imitam animais, seja mesmo uma unção do Espírito. Vivemos numa inquisição ideológica. Qualquer posicionamento crítico é punido com o rótulo de não-espiritual; e a guilhotina santa desce cortando as cabeças; afinal, quem não tem cabeça não pensa.

Isto me faz lembrar de Lutero e sua peleja no século XVI. João Alexandre está longe de ser um Lutero, por favor. Mas a canção dele serve para nos fazer lembrar do quanto a igreja contemporânea está longe dos princípios bíblicos.

Socorre-nos, Deus.

É Proibido Pensar

Composição: João Alexandre

Procuro alguém pra resolver meu problema
Pois não consigo me encaixar neste esquema;
São sempre variações do mesmo tema
Meras repetições.
A extravagância vem de todos os lados,
E faz chover profetas apaixonados,
Morrendo em pé rompendo a fé dos cansados
Com suas canções.
Estar de bem com vida é muito mais que renascer.
Deus já me deu sua palavra,
E é por ela que ainda guio o meu viver.
Reconstruindo o que Jesus derrubou,
Recosturando o véu que a cruz já rasgou,
Ressuscitando a lei pisando na graça,
Negociando com Deus.
No show da fé milagre é tão natural,
Que até pregar com a mesma voz é normal
Nesse evangeliquês universal,
Se apossando do céus.
Estão distantes do trono, caçadores de deus,
Ao som de um shofar.
E mais um ídolo importado ditando as regras,
Pra nos escravizar.
É proibido pensar!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

PRESIDENTE LULA QUER CRIAR "DIA NACIONAL DA HIPOCRISIA"


Há muito as declarações do nosso presidente chamam a atenção, ou pelos erros de concordância ou pelas ideologias tolas que defende. Mas ontem Lula se superou.


O presidente participou da abertura da Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais, realizada no palácio do Planalto. Bem à vontade no meio dos homossexuais, o presidente apareceu com aquele sorriso político irritante, empunhou uma bandeira do movimento, colocou boné e declarou:


"Eu quero agradecer a vocês por estar vivendo este dia de hoje. Não é fácil para um presidente da República, aqui no Brasil ou em outro país do mundo, ir a eventos que envolvam um segmento tão grande, heterogêneo e motivo de preconceito como vocês”.


Lula é o típico político brasileiro. Vive em cima do muro. Participa de eventos de todo tipo, distribui sorrisinhos e faz discursos para agradar gregos e troianos. O negócio do presidente é sair-se bem com todos. Quando ele for a uma convenção da igreja católica ou a algum evento de evangélicos, certamente vai vestir uma camiseta, empunhar uma bandeira, fazer um discurso cheio de erros de português e daquele blá blá blá político e dizer que não não quis dizer o que disse em defesa dos homossexuais.


Pior foi a declaração de Lula de que o Brasil precisa criar o "Dia Nacional da Hipocrisia" para vencer o preconceito. Não me surpreenderia se isso ocorresse; nem mesmo se esse dia fosse mais um feriado nacional. Aliás, é bom mesmo que se crie um dia como esse, afinal, Lula é o maior hipócrita da nação, um demagogo e oportunista. O Brasil é mesmo o país da hipocrisia, e o nosso presidente se dá bem nesse quesito.

sábado, 31 de maio de 2008

IGREJA SORTEIA PRÊMIOS PARA ATRAIR FIÉIS

Foi-se o tempo em que a adoração a Deus, a pregação da Palavra e a participação nos sacramentos eram motivações suficientes para levar alguém à igreja. Hoje em dia faz-se de tudo para atrair as pessoas aos templos. Veja esta reportagem publicada pelo jornal A Tribuna de Vitória, Espírito Santo, do dia 30 de maio:

"Já pensou entrar em uma igreja para ouvir a mensagem de Deus ou receber uma oração e sair de lá com um aparelho de DVD debaixo do braço? Pode parecer estranho, mas em alguns templos, isso é normal. O sorteio de brindes, segundo líderes religiosos, é uma forma de motivar os fiéis e as pessoas que não frequentam a igreja a participarem dos cultos.

É o que acontecerá amanhã na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no bairro Vila Capixaba, em Cariacica, durante o último dia da campanha 'Semana de Oração Heróis de Hoje'.

Desde sábado passado, os fiéis contam com sermões especiais e distribuição de discos gospel, revistas e livros. 'Quem vier sábado (amanhã) receberá um número para participar do sorteio do DVD. A intenção é motivar as pessoas a virem para ouvir a mensagem de Deus', comentou o pastor Antônio Francisco Ribeiro, responsável pela igreja.

O religioso diz que é a primeira vez que a igreja em Vila Capixaba usa essa estratégia. 'Mas trata-se de uma prática normal, comuns em séries de conferência e eventos. Não temos a intenção de comprar ninguém', afirmou.

O presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Espírito Santo, pastor Gilmar Zahn, diz que a denominação não vê problemas nisso. 'É preciso lembrar que outras igrejas também fazem isso. São premiações em ocasiões especiais. O que sorteamos é para benefício das famílias", afirma".

O apóstolo Paulo afirmou em 1 Timóteo 6. 3 a 10 condenou os falsos mestres, que ensinam doutrinas que não "concordam com as sãs palavras nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade (...) supondo que a piedade é fonte de lucro". O Evangelho tem sido banalizado em nossos dias através de falsos mestres como esse pastor, que barateiam a fé, enquanto os "fiéis" supõem que a piedade é fonte de benefícios pessoais. E assim reduz-se a mensagem valiosa do Evangelho ao preço de um aparelho de DVD.

Esse comportamento reflete o pensamento da eclesiologia contemporânea, onde os homens e seus interesses ocupam o lugar central, e Deus é só um detalhe.

Como se não bastasse esse absurdo, a reportagem ainda traz a palavra de um professor de teologia interpretando o fato à luz da Bíblia:

"O professor de Teologia e evangelista da Igreja Assembléia de Deus em Terra Vermelha, Alex Belmonte, lembra que o ato de sortear não é pecado. 'O versículo 26 do capítulo 1 do livro de Atos diz que os discípulos lançaram sortes para ver quem seria o substituto de Judas. Ou seja, não é errado sortear'".

Como diz aquele famoso jornalista: "Isto é uma vergonha"!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

IPB FAZ PARCERIA COM ASSOCIAÇÃO EVANGELÍSTICA BILLY GRAHAM


Li hoje no site da Igreja Presbiteriana do Brasil (http://www.ipb.org.br/) que a Comissão Executiva da IPB aprovou parceria “da IPB no projeto Minha Esperança, uma campanha evangelística promovida pelas igrejas evangélicas brasileiras, em parceria com a Associação Evangelística Billy Graham (AEBG)”.

Fiquei um tanto preocupado ao ler a notícia, uma vez que Billy Graham tem sofrido acusações recentes por parte de lideranças evangélicas de erros doutrinários e outros posicionamentos comprometedores, como, por exemplo, defesa do ecumenismo.

Em entrevista dada a Robert Schüller em 1997, Billy Graham afirmou que é possível a uma pessoa ser salva sem a fé em Jesus Cristo. Veja o que Graham disse na entrevista:

Schuller: "Na sua opinião qual será o futuro do cristianismo?"

Graham: "Bem, o cristianismo, e sendo um verdadeiro crente, acho que existe o Corpo de Cristo. Ele vem de todos os grupos cristãos no mundo inteiro, fora dos grupos cristãos. Acho que todos que amam a Cristo, ou conheçam a Cristo, estejam eles cientes disso ou não, são membros do Corpo de Cristo... Acho que o apóstolo Tiago respondeu a isso no primeiro concílio em Jerusalém, quando disse que o propósito de Deus para esta época é tomar um povo para o seu nome. E é isso que Deus está fazendo hoje, está chamando as pessoas do mundo para o seu nome, independente se elas vêm do mundo islâmico, do mundo budista, ou do mundo cristão, ou o mundo dos descrentes, são membros do Corpo de Cristo, pois foram chamadas por Deus. Ela podem nem conhecer o nome de Jesus, mas sabem em seus corações que precisam de algo que não têm, e voltam-se para a única luz que têm, e acho que estão salvas, e que estarão conosco no céu."

Schuller: "O que você está dizendo então é que é possível que Jesus Cristo venha aos corações dos homens, mesmo que eles estejam nas trevas e nunca tenham ouvido sobre a Bíblia? Essa é a interpretação correta daquilo que você está dizendo?"

Graham: "Sim, acredito nisso. Já conheci pessoas em várias partes do mundo que vivem em situações tribais, que nunca viram ou ouviram falar sobre a Bíblia, e nunca ouviram falar de Jesus, mas crêem em seus corações que há um Deus, e tentam viver uma vida separada na comunidade em que estão inseridas."

Em outra entrevista dada em 1999 Billy Graham deu uma declaração comprometedora sobre a questão da escolha da igreja por parte do novo convertido:

"Minha responsabilidade é pregar o evangelho a qualquer um e deixar que eles escolham a sua própria igreja, seja ela Católica ou Protestante ou Ortodoxa ou qualquer que seja." (Entrevista a Patricia Rice, St. Louis Post Dispatch , 10 Out. 1999).

Billy Graham também deu declarações sobre o Catolicismo Romano que ferem a consciência evangélica:

Em 6 de janeiro de 1973 aconselhando um casal de Católicos Romanos desiludidos com a igreja deles, no chamado 'Sun Telegram', Billy Graham disse, 'Não saiam da igreja. Fiquem nela ... ajudem a sua igreja' (Billy Graham citado pelo repórter William McElwain no Jornal Pittsburgh Sun-Telegraph, 6 Set., 1952)

"Nessa semana passada, numa grande Catedral Católica, eu preguei um sermão para o funeral de um amigo íntimo meu que era Católico, e eles tinham vários bispos e arcebispos participando, e na medida a missa-funeral transcorria, e eu lá permanecia sentado, aquilo era uma coisa muito bonita e certamente clara e correta no evangelho que eu acredito..." (Billy Graham, Church League of America, p. 84)

Vamos esperar os próximos dias e ver se se levantarão na igreja vozes contrárias a essa parceria da IPB com a tal Associação que representa um “evangelista” com posturas tão estranhas à fé bíblica e reformada.

PARADA DO ORGULHO GAY: UMA INVERSÃO DE VALORES



No último dia 25 de maio ocorreu em São Paulo a 12ª edição da Parada do Orgulho GLBT, sigla que significa Gays, Lésbitas, Bissexuais e Travestis. A caminhada pelas principais ruas da maior cidade do país reuniu cerca de três milhões e meio de pessoas. Sob o financiamento e patrocínio de órgãos públicos como Caixa Econômica Federal, Petrobrás, Ministério do Turismo e Prefeitura Municipal de São Paulo e maciça divulgação da mídia, a Parada Gay paulista ganhou status de maior evento dessa natureza ocorrido em todo o mundo pelo terceiro ano consecutivo.

Fica a impressão de que nosso país vem perdendo a batalha para os movimentos em defesa do homossexualismo. Ano após ano vemos a população aderindo com menor constrangimento aos apelos em favor do “respeito” e da tolerância ao homossexualismo. A agenda gay tem intensificado suas ações, imprimindo conceitos, determinando valores, impondo normas a serem seguidas em nome do “amor” e respeito às diferenças.

É cada vez mais difícil posicionar-se contra o movimento homossexual, que se organizou politicamente e ganhou status de “segmento social”, e fortalece-se a cada dia sob os olhares passivos da sociedade que acaba se acostumando com o erro.

Sim, porque o homossexualismo é um erro diante de Deus. Um pecado condenado em toda a Escritura. Desde a época dos patriarcas (Gn 19. 1 a 28), à época de Moisés (Lv 18. 22; 20. 13), passando pela época dos Profetas (Ez 16. 46 a 50) até à época do Novo Testamento (Rm 1. 18 a 27; 1 Co 6. 9 a 10; Jd 7 a 8) a Palavra de Deus é contundente em condenar a prática homossexual.

Li esta semana um texto intitulado “O plano de Deus para a agenda gay” no qual John MacArthur Jr. observa que tem havido “um incrível aumento do interesse por afirmar a homossexualidade” e que “isso é uma indicação do sucesso da agenda gay”. De fato, vivemos um tempo em que a homossexualidade tem sido tratada de maneira privilegiada na sociedade. Nunca se falou tanto em temas ligados ao homossexualismo. Temos a impressão de estar vivendo sob uma ditadura de valores homossexuais, na qual é proibido manifestar-se contrário a essa prática pecaminosa. O próprio tema da Parada Gay de São Paulo reivindica “um estado laico de fato”.

Imagino que o laicismo reclamado pelos GLBTs seja na verdade o desejo de impor um silêncio às vozes cristãs no país. Aliás, o projeto de lei 122/2006 em tramitação no Congresso Nacional, concorda com essa reclamação e corrobora a favor da agenda gay, implicando num assalto às confissões cristãs e num acinte à democracia.

Há uma inversão de valores em nossos dias como nos tempos de Isaías; o mal é chamado de bem, e o bem é chamado de mal (Is 5. 20). O pecado é motivo de orgulho, e a verdade é chamada de preconceito. Em tempos tão difíceis a igreja precisa reafirmar com autoridade seus valores e crenças. É preciso proclamar que Deus condena a homossexualidade e se opõe a ela de maneira veemente, uma vez que ela “transtorna o plano o plano fundamental de Deus para as relações humanas – um plano que retrata o relacionamento entre um homem e uma mulher” (MacArthur). É urgente que defendamos o valor da heterossexualidade como o padrão de Deus e seu desgosto a tudo que fuja a esse padrão.

Condenar o homossexualismo não contradiz o amor proclamado nas Escrituras, uma vez que o amor não pode contradizer a Lei de Deus, antes, a confirma. Amar os pecadores é uma ordenança bíblica, mas condenar o pecado também o é. Não podemos comprometer o que as Escrituras afirmam a respeito do pecado do homossexualismo em nome de um falso amor, compassivo e tolerante com o que Deus reprova.

O cristão ama antes e acima de tudo ao seu Deus e procura exaltar a sua justiça e santidade. E toda prática que se configure rebeldia contra o caráter de Deus não pode ser tolerada em nome do respeito ao próximo.

Homossexuais precisam mais do que respeito. Como diz MacArthur: “Precisam de salvação. Não precisam de cura – o homossexualismo não é uma doença. Eles não carecem de terapia – o homossexualismo não é uma doença psicológica. Os homossexuais precisam de perdão, porque a homossexualidade é um pecado”. E todo homossexual que não se arrepender dos seus pecados e não receber a misericórdia de Deus está condenado ao inferno (1 Co 6. 9 a 20; Gl 5. 19 a 21).

Ao assistir às reportagens sobre a parada gay veio à minha mente a lembrança das palavras do apóstolo Paulo em Romanos 1. 18 em diante: “A ira de Deus se manifesta do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça (...) Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências do seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira (...) Por causa disto, os entregou Deus a paixões infames, porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro”.


Os homossexuais estão debaixo da manifestação da ira de Deus, estão debaixo do juízo do Todo-Poderoso. Entregues às paixões infames de seus corações corruptos são completamente infelizes. A pior coisa que Deus pode fazer a um ser humano é entregá-lo aos seus próprios caprichos pecaminosos. Até que a misericórdia de Deus alcance os homossexuais e os leve ao arrependimento, sobre eles pesa a mão de Deus e sua santa ira.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

EU CREIO NA BONDADE DE DEUS


Nas últimas semanas o mundo parou diante das notícias de duas grandes catástrofes naturais. Na China o maior terremoto já registrado no país em cinqüenta anos, ocorrido neste mês, provocou a morte de mais de quarenta mil pessoas e deixou mais de 4 milhões sem ter onde morar. E Mianmar, um dos países mais pobres do planeta, foi varrido pelo ciclone Nargis, deixando um saldo de mais de 133 mil mortos e cerca de 2, 4 milhões de desabrigados.

Esses fatos causaram comoção mundial, mobilizaram ações humanitárias e desencadearam gestos comoventes em favor das vítimas, vindos de todas as partes do planeta, como quase sempre ocorre em ocasiões como estas. Mas, além dessas ações nobres provocadas pelo sofrimento alheio, surgem por todo lado tentativas de se explicar tais fatos. Seria o anúncio do fim do mundo? Porventura estamos diante do cumprimento das profecias apocalípticas? Sim, porque é comum em situações trágicas como essas levantarem-se intérpretes apocalípticos precipitados vaticinando fantasias, promovendo debates inúteis em torno do que não tem explicação teológica.

Estaria, então, Deus castigando tais países pela opressão ao cristianismo? Afinal de contas, China e Mianmar são duas nações governadas por regimes totalitários que impedem a liberdade religiosa e perseguem duramente a Igreja. Mas, sinceramente, não creio que esta seja a maneira ordinária de Deus julgar os opressores da sua grei.

Seriam essas tragédias culpa de um descuido fortuito de Deus? Assim poderiam argumentar os proponentes da Teologia Relacional para quem Deus pode ser pego de surpresa por não ter um conhecimento absoluto do futuro. Mas as ilações dos teólogos relacionais são tão vazias que nem merecem consideração.

Ou quem sabe, tais infortúnios sejam uma prova de que Deus não é tudo o que dizem por aí? Afinal, dizem os cristãos, Deus é bom. E se ele é bom com dizem, por que essas desgraças ocorreram?

Diante de acontecimentos comoventes como os que ocorreram naqueles países, é comum levantarem-se questionamentos a respeito da bondade de Deus. Deus é colocado no banco dos réus para dar explicações aos por quês de pecadores irados. Sua soberania é contestada, seu amor é posto em dúvida e sua bondade é desacreditada.

Creio que esses questionamentos se dão porque o homem do nosso tempo desconhece o que realmente significa a bondade de Deus. De acordo com a expectativa dos seus acusadores, para que Deus realmente seja bom, ele não pode agir com soberania, nem por decreto. Ele precisa estar limitado às necessidades humanas, agindo convenientemente a elas, de acordo com elas e sempre a favor delas. Caso contrário, Deus passa a ser o culpado por todo o mal que ocorre na existência humana. Mas o Deus da Escritura não é assim.

Catástrofes como essas geram em muitos cristãos um medo de proclamar a bondade de Deus. Ao contrário, prega-se um deus sofredor, impotente diante do caos, inerte, que senta-se ao lado do homem e chora sua dor sem saber o que fazer, desculpando-se por qualquer coisa. Esse não é o Deus que eu creio. Eu creio na bondade de Deus, independente das circunstâncias que cercam a fragilidade humana.

Não são as nossas experiências, frustrações, tristezas ou dores que devem moldar a nossa fé e prática, e sim, a Escritura; e ela afirma de maneira categórica a bondade de Deus. Segundo ela, Deus é essencialmente bom em si mesmo. Sua bondade é infinita “e permanece para sempre” (Sl 52. 1). Deus é bom (Sl 34. 8) e sua bondade se manifesta em tudo o que ele faz (1 Jo 1. 5), aos homens e às demais criaturas. Deus é bom! Assim diz a Escritura e assim creio.

Michael Horton disse em um de seus excelentes livros: “Não podemos aniquilar a bondade de Deus para encontrar uma explicação fácil para o sofrimento”. De fato, não podemos deixar de anunciar ao mundo, mesmo ferido por tragédias horrendas, a bondade de Deus. É a certeza da bondade de Deus que nos anima nesses momentos de dor, nos enche de força e renova a nossa esperança, como diz o profeta: “O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia” (Na 1. 7). “A bondade de Deus é o sustentáculo da confiança do crente”, disse Arthur Pink.

As tragédias ocorridas na China e em Mianmar causaram em mim tristeza e espanto diante da dor de pessoas que eu nem conheço. Senti-me comovido e perplexo. Mas, mesmo diante dessas catástrofes, eu creio que Deus é bom.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

SOBRE UMA LENDA FENOMENAL




Deram ao jogador Ronaldo o apelido de Fenômeno. E o apelido virou sobrenome; o sobrenome transformou-se em ícone de sucesso, estereótipo de superação, referencial de poder. Todos os garotos querem ser o Ronaldo; todos os pais querem que seus filhos sejam um Ronaldo: eis o mito. E o garoto pobre da baixada fluminense transformou-se em uma lenda.

Sim, o Ronaldo Fenômeno é uma lenda. Entenda-se por lenda o que empresto do Aurélio: “Lenda: tradição popular; narração escrita ou oral, de caráter maravilhoso, na qual os fatos históricos são deformados pela imaginação popular ou pela imaginação poética; mentira; lengalenga”.

Já perdemos as contas de quantos gols Ronaldo já fez na carreira, quantos títulos já conquistou, quantas camisas de clubes já vestiu, quantos prêmios já alcançou. Não faz diferença. Não importa. Não vem ao caso. Não interessa. Tudo isto é nada diante daquilo que Ronaldo realmente é: um rapaz pobre espiritualmente, perdido em meio às vaidades que o cercaram, esquecido do senso moral, um homem desgraçado pelo pecado, desesperadamente carente da misericórdia de Deus, afastado da graça salvadora, a qual não se compra com dinheiro nem se conquista por mérito como os prêmios que o futebol lhe deu.

Ao tomar conhecimento do episódio ridículo do envolvimento de Ronaldo com três travestis no centro do Rio de Janeiro concluí que, de fato, o Ronaldo Fenômeno é uma lenda; sim, conforme diz o Aurélio, uma grande mentira, uma enorme lengalenga criada pela mídia, uma fantasia medíocre, uma caricatura grotesca, uma deformação lamentável do que por natureza é depravado, corrupto e morto.

O Ronaldo Fenômeno é um uma grande falácia diante de Deus. Uma carcaça fina que encobre a podridão de um coração sujo, putrefato, que germina em si mesmo a destruição espiritual.

A fenomenosidade do Ronaldo não serve de álibi diante do juízo de Deus. É qual pálio inútil diante dos olhos que não vêem apenas o exterior, mas também o interior (1 Sm 16. 7). É nuvem fugaz, refugo e fumaça perante o Onipotente.

Ao Ronaldo e a todos os homens de carne, osso e almas pecadoras, Jesus exorta: “Pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas” (Ap 3. 17 a 18).


A IGREJA E A CULTURA


"A própria igreja está frequentemente presa à cultura. Ao tentar ganhar os ´desprezadores cultos´, muitas vezes tem mantido seus mais ricos tesouros nos cofres. Ironicamente, justamente quando a cultura estava reagindo contra a modernidade – incluindo as proibições do sobrenatural – a igreja estava alterando seu credo para estar atualizada. Essa tendência a se acomodar em vez de confessar a fé continua inquebrantável (...) Atualmente, a igreja está meramente dizendo o que a cultura já ouve de outras fontes: Rotary Club, qualquer partido político, terapeutas, especialistas de marketing, celebridades e animadores de programas de TV. Somos como aqueles do soneto de Milton que falharam em perceber que ´novos inimigos se levantam, ameaçando amarrar nossas almas com as correntes seculares`. Queremos ser apreciados, populares, e bem-sucedidos, se fotografados com todas as pessoas certas e ganhar um lugar na ribalta da cultura popular. Queremos que nossas igrejas cresçam e exerçam influência. Mas a tarefa da igreja em se perguntar o que Eliot propôs no seu poema é sempre difícil: `Por que os homens deveriam amar a Igreja?`. Afinal:

Ela lhes diz sobre Vida e Morte, e sobre tudo o que eles esqueceriam.
Ela é delicada onde eles seriam duros, e dura onde gostariam que fosse suave.
Ela lhes diz sobre o Mal e o Pecado, e outros fatos desagradáveis."

(Esta é uma citação do livro "Creio. Redescobrindo o alicerce espiritual" de Michael S. Horton)