O poder suscita grande capacidade de corrupção. A vida pastoral envolve autoridade. Os pastores têm o poder organizacional, pessoal, espiritual e financeiro — o poder da confiança, do ofício e das almas.
Abuso de poder é o mais básico de todos os males, e ele jaz no coração do fracasso pastoral. O antídoto é o fundamental valor cristão da submissão. Todo pastor necessita estar submisso não apenas a Deus, mas também à Igreja de Cristo. Um corpo dentro da congregação precisa zelar por nossas almas. As denominações deveriam gastar menos tempo tratando de assuntos organizacionais e mais tempo pastoreando os pastores. E muitos precisam fazer amizade com outros ministros de fora da congregação, a fim de que sejam auxiliados nas difíceis questões de suas vidas e sua fé. Por uma questão de integridade, nossas existências devem combinar com o Evangelho que proclamamos, exatamente como a vida interior da congre¬gação deve refletir o caráter de Cristo.
No passado, quando enfrentei pela primeira vez o muro da desilusão, lembrei-me de procurar nas obras de Paulo uma palavra que me encorajasse a enfrentar a montanha russa de minha vida, repleta de altos e baixos. Certamente não queria entregar o meu espírito ao cinismo e desenvol¬ver um coração amargo dentro de mim. Eu vira isso acontecer com outros companheiros de ministério, e isso me assustava. Voltei-me para as cartas aos coríntios, pois sabia que a experiência do apóstolo com eles era muito pior do que qualquer coisa que eu enfrentara. E, com cer¬teza, Paulo sentiu todos os altos e baixos que eu experi¬mentei. No capítulo 4 da primeira carta, depois de um longo discurso sobre o que significa o ministério apostóli¬co, ele diz que era injuriado, caluniado e perseguido. Considerava-se "o lixo deste mundo, e como a escória de todos" (v. 13). Meu diário nunca refletiu tal intensidade.
Paulo lidou bem com a sua própria desilusão. Ele disse: ''Quando somos injuriados, bendizemos; quando somos perseguidos, sofremos; quando somos difamados, conso¬lamos" (w.12,13). Aparentemente, o apóstolo era capaz de oferecer a outra face do rosto, quando estava sob o senhorio de Cristo. Sua submissão a Jesus estabeleceu um triunfo em seu coração. Seu remédio para a desilusão dos pastores e das igrejas é uma palavra adequada para o nos¬so tempo. Os ministros do Evangelho por vezes sentem-se traídos por sua educação no seminário, pelos oficiais da denominação e por suas congregações. Os leigos, jovens e velhos, sentem a traição por toda parte, até mesmo dentro da igreja.
A desilusão é uma oportunidade para a integridade. Outra dupla metáfora paulina ajudará os pastores de hoje na luta pela integridade. Paulo disse à igreja em Corinto que o considerasse e aos seus colegas ministros como "servos de Cristo, e mordomos dos mistérios de Deus" (1Co 4:1, minha paráfrase).
David Fisher em: "O Pastor do Século XXI" - Editora Vida.
Um comentário:
paz do senhor meu irmão !!
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