Encontrei um irmão — eu disse um? Encontrei dez, vinte, cem irmãos que
alegavam estar seguros, completamente seguros de que foram chamados para o
ministério — estavam completamente certos disso porque tinham falhado em tudo
mais. Eis aqui uma espécie de história modelo: "Sr. Spurgeon, colocaram-me num
escritório de advocacia, mas nunca pude agüentar a clausura, e não me sentia à
vontade estudando direito; evidentemente a Providência obstruiu o meu caminho,
pois perdi o emprego". "Que é que você fez então?" "Ora,
senhor, fui induzido a abrir uma mercearia." "E você
prosperou?" "Bem, senhor, não creio que eu jamais pretendesse o
comércio, e Deus pareceu-me vedar inteiramente o caminho ali, pois fracassei
e me vi em grandes dificuldades. Desde essa ocasião ,tive uma pequena agência
de seguros de vida, e tentei organizar uma escola, além de vender chá. Mas o
meu caminho está fechado, e algo dentro de mim leva-me a achar que devo ser
ministro."
Em
geral a minha resposta é: "É, entendo. Você fracassou em tudo mais, e daí
acha que o Senhor o dotou especialmente para o Seu serviço; mas receio que você
se esqueceu de que o ministério precisa dos melhores homens, e não dos que não
conseguem fazer nenhuma outra coisa". O homem que teria sucesso como
pregador, provavelmente se sairia bem como merceeiro, advogado ou
qualquer outra profissão. Um ministro realmente de valor seria ótimo em
qualquer outra ocupação. Dificilmente haverá alguma coisa impossível para o
homem que mantém unida uma igreja durante anos, e que é capaz de edificá-la através de centenas
de domingos consecutivos. Tem que possuir algumas habilidades, e de modo
nenhum pode ser um tolo ou um imprestável. Jesus Cristo merece os melhores
homens para pregarem a Sua cruz, e não os cabeças ocas e os desvalidos.
C.H. Spurgeon em: "O Chamado Para o Ministério" - Editora PES.
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