quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A TORRE DE DUBAI E A SÍNDROME DE BABEL

“Nos últimos quinze anos, o mundo viveu uma corrida pela construção de prédios cada vez mais altos”. Assim inicia a reportagem: “O prédio de quase 1 km de altura”, publicada na revista Veja de 13 de janeiro de 2010, falando a respeito da inauguração do prédio mais alto do mundo. Construído na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Burj Khalifa tem impressionantes 828 metros de altura, superando em 320 metros o campeão anterior que fica em Taiwan. Tudo que se diz sobre essa estrutura gigantesca fica no superlativo. Além disso, é impossível pensar numa obra como esta sem correr o risco de se exaltar a capacidade do homem, que cada dia parece desconhecer limites para a sua ousadia.

A torre de Dubai faz-nos lembrar da primeira obra de engenharia de que se tem notícia, construída a fim de exaltar a grandeza e a ousadia humana: a Torre de Babel. De dimensões absurdamente mais modestas para os padrões de hoje, a torre de Babel erguia-se na terra de Sinear como um ícone da capacidade humana de desafiar limites. O objetivo dos construtores daquela torre era “chegar até aos céus”, superar balizas impostas por Deus; era, como se lê na Bíblia de Genebra, uma “tentativa titânica de auto-afirmação corporativa”, um desafio aberto a Deus.

Diferentemente do que afirma a reportagem da revista Veja, a corrida pela construção de estruturas gigantescas é muito mais antiga. A torre de Dubai parece ser um tipo de reedição do espetáculo de Babel. Embora sejam sugeridos motivos plausíveis para a sua construção, como a busca para se atrair investimentos financeiros para a região e fomento do turismo, a torre de Dubai expõe a síndrome da altivez e da arrogância humana que motivou a construção da torre de Babel. O mesmo orgulho que inspirou os construtores de Babel parece ter infectado os construtores da torre de Dubai. O mesmo desejo prepotente de tornar célebres os seus nomes, tornar-se imortais, inesquecíveis, insuperáveis. A estratégia arrogante é a mesma; as justificativas se irmanam; é o complexo de superioridade humana gerando desafios às leis naturais, tendo não apenas o Céu como limite, mas Deus como concorrente.

Diz a história que “desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam” (Gn 11. 5). Isto não significa que Deus não soubesse o que se passava. Deus é soberano em seu conhecimento de todas as coisas. Deus “desceu”, na linguagem antropomórfica de Gênesis, não para tomar conhecimento apenas, mas para julgar o orgulho humano. O sinal do julgamento de Deus foi a confusão das línguas que gerou a dispersão dos povos e o fim do projeto. Mas Deus sabia que o sonho do homem de tornar célebre o seu próprio nome não pararia por ali. Em alguns outros momentos da história seria possível perceber a síndrome de Babel. “Isto é apenas o começo”, disse Deus (Gn 11. 6).

Babel foi apenas o começo das grandes obras erguidas para glorificar a capacidade humana. E a torre de Dubai é mais uma representação desse anseio arrogante. De acordo com os especialistas, o limite atual estabelecido para este tipo de construção é de 1, 2 kilômetro; mas a arrogância humana pode estender essa fronteira muito rapidamente. Porque o seu alvo continua a ser o mesmo de Babel: “Edifiquemos uma torre que chegue até aos céus” (Gn 11. 4). Mas Deus continua atento, e a qualquer momento ele poderá descer para julgar. E o seu julgamento é infalível. Como ocorreu em Babel, poderá ocorrer em Dubai ou em qualquer outro lugar e tempo, pois Deus é o mesmo.

3 comentários:

Davi Emerick disse...

Excelente texto!
Boa crítica!

Um forte abraço.

Zandro disse...

Pelo amor de D'us! Deixa de ser fanático oh! Parece até que vçs se alegram na destruição,no apocalipse. Péssima crítica. Puro fanatismo.

Anônimo disse...

PELO O AMOR DE DEUS, DEIXE DE SER IGNORANTE MEU QUERIDO,O APOCALIPSE É FATO QUE ESTA ESCRITO NA BÍBLIA,NÃO É
FANATISMO COISA NENHUMA.LEI A BÍBLIA E VOCÊ VAI FICAR MUITO BEM MAIS INFORMADO E NÃO VAI FALAR,TANTA BESTEIRA.TÁ OK