quinta-feira, 15 de maio de 2008

SOBRE UMA LENDA FENOMENAL




Deram ao jogador Ronaldo o apelido de Fenômeno. E o apelido virou sobrenome; o sobrenome transformou-se em ícone de sucesso, estereótipo de superação, referencial de poder. Todos os garotos querem ser o Ronaldo; todos os pais querem que seus filhos sejam um Ronaldo: eis o mito. E o garoto pobre da baixada fluminense transformou-se em uma lenda.

Sim, o Ronaldo Fenômeno é uma lenda. Entenda-se por lenda o que empresto do Aurélio: “Lenda: tradição popular; narração escrita ou oral, de caráter maravilhoso, na qual os fatos históricos são deformados pela imaginação popular ou pela imaginação poética; mentira; lengalenga”.

Já perdemos as contas de quantos gols Ronaldo já fez na carreira, quantos títulos já conquistou, quantas camisas de clubes já vestiu, quantos prêmios já alcançou. Não faz diferença. Não importa. Não vem ao caso. Não interessa. Tudo isto é nada diante daquilo que Ronaldo realmente é: um rapaz pobre espiritualmente, perdido em meio às vaidades que o cercaram, esquecido do senso moral, um homem desgraçado pelo pecado, desesperadamente carente da misericórdia de Deus, afastado da graça salvadora, a qual não se compra com dinheiro nem se conquista por mérito como os prêmios que o futebol lhe deu.

Ao tomar conhecimento do episódio ridículo do envolvimento de Ronaldo com três travestis no centro do Rio de Janeiro concluí que, de fato, o Ronaldo Fenômeno é uma lenda; sim, conforme diz o Aurélio, uma grande mentira, uma enorme lengalenga criada pela mídia, uma fantasia medíocre, uma caricatura grotesca, uma deformação lamentável do que por natureza é depravado, corrupto e morto.

O Ronaldo Fenômeno é um uma grande falácia diante de Deus. Uma carcaça fina que encobre a podridão de um coração sujo, putrefato, que germina em si mesmo a destruição espiritual.

A fenomenosidade do Ronaldo não serve de álibi diante do juízo de Deus. É qual pálio inútil diante dos olhos que não vêem apenas o exterior, mas também o interior (1 Sm 16. 7). É nuvem fugaz, refugo e fumaça perante o Onipotente.

Ao Ronaldo e a todos os homens de carne, osso e almas pecadoras, Jesus exorta: “Pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas” (Ap 3. 17 a 18).


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