terça-feira, 8 de junho de 2010

HAVERÁ SEMPRE, SOBRE A TERRA, TRAÇOS DA VERDADEIRA IGREJA.

Há muitos equívocos na igreja evangélica do nosso tempo. Há equívocos doutrinários, litúrgicos, comportamentais e organizacionais. Há pecados; há vaidades; há soberba; há charlatães e charlatanismos; há mercenários; há espetáculos e esquisitices; há engodos e quimeras.

Há superstições e crendices sob um disfarce de fé; há exploradores disfarçados de pastores; há bodes disfarçados de ovelhas; há incrédulos disfarçados de crentes; há espiritismo e feitiçaria disfarçados de evangelho; há gritos e esquizofrenia disfarçados de adoração; há histeria e maluquices disfarçadas de poder; há emocionalismo disfarçado de piedade; há apóstolos demais, experiências demais, muito sopro, muito choro, muita marcha, muito barulho e pouco testemunho.

A igreja evangélica do nosso tempo não vende indulgências como a igreja da Idade Média; mas vende bênçãos terrenas, vende a pregação em forma de dvd; vende a cura, vende unção, vende prosperidade, vende a ilusão de um evangelho fácil, de um caminho largo e de uma fé sem exigências.

Na igreja evangélica do nosso tempo não há santos de barro, mas há os ícones de carne e osso; não há sacerdotes nominais, mas há os que se comportam como tais, arrogando para si mesmos o direito de abrir e fechar portas, dar e tirar bênçãos, ligar e desligar a conexão entre os iludidos fiéis e Deus, pois acreditam (ou fazem os incautos acreditarem) que Deus está a seu comando. São mestres segundo o seu próprio entendimento, que distribuem bugigangas supostamente ungidas, determinam em nome de Deus e até oram em seu próprio nome.

Na igreja evangélica do nosso tempo o véu que Jesus rasgou com sua morte está sendo recosturado. A arca que Deus fez desaparecer está sendo levada nos ombros de falsos levitas. O Israel que Deus ampliou com a graça está sendo novamente reduzido por meio de uma falsa esperança no renascimento da antiga raça eleita. Para a igreja evangélica do nosso tempo, Jerusalém continua sendo um lugar privilegiado, para onde são levados pedidos de oração e peças de roupas; e de onde se traz areia, sal, água, perfume e óleos ficticiamente mais abençoados do que os de quaisquer outras partes do mundo.

A igreja evangélica do nosso tempo, às vezes, pouco se parece com a Igreja bíblica. Mas, ainda é possível perceber em nosso tempo traços da verdadeira Igreja de Cristo. Os reformadores do século XVI conviveram com uma igreja cheia de equívocos e desgastada pelas crendices e superstições humanas, devastada pelas falsas e enganadoras interpretações das Escrituras e outros vícios degradantes. Mas mesmo assim, afirmaram a crença de que a verdadeira Igreja Universal poderia existir, ainda que sob os escombros da igreja do seu tempo. O mesmo pode ser crido em nossa época.

Assim criam e confessavam os reformadores. Neles se inspiraram os membros da Assembléia de Westminster ao escrever: “Esta Igreja Católica tem sido ora mais, ora menos visível. As igrejas particulares, que são membros dela são mais ou menos puras conforme nelas é, com mais ou menos pureza, ensinado e abraçado o Evangelho, administradas as ordenanças e celebrado o culto público. As igrejas mais puras debaixo do céu estão sujeitas à mistura e ao erro; algumas têm-se degenerado ao ponto de não mais serem igrejas de Cristo, mas sinagogas de Satanás; não obstante, haverá sempre sobre a terra uma igreja para adorar a Deus segundo a vontade dele mesmo” (A Confissão de Fé de Westminster. XXV; IV, V).

Sim, haverá sempre uma igreja que representará a verdadeira Igreja de Cristo. Haverá sempre traços da verdadeira Noiva do Cordeiro. Assim creio; assim confesso; assim me conforto.

Agnaldo Silva Mariano

Um comentário:

Hermes C. Fernandes disse...

Parabéns pela iniciativa do blog. Que este espaço sirva sempre para glorificar a Deus e conclamar os homens a servi-lo.

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