quarta-feira, 8 de setembro de 2010

SE A GENTE COLOCAR O BOM SENSO EM AÇÃO VAI DAR TUDO CERTO

Época de campanha eleitoral é sempre a mesma coisa. Os candidatos fazem de tudo para agradar o eleitorado. Beijam criancinhas, visitam favelas, sobem os morros, tomam cafezinho, andam de jumento, distribuem sorrisos e abraços. Tudo para passarem uma imagem simpática ao povo. Até freqüentar igrejas eles freqüentam. Se houver um evento com muitos crentes juntos, então, é um prato cheio! Eles não perdoam. Sobem nas tribunas, usam o nome de Deus, tentam citar versículos bíblicos e até arriscam cantar os hinos. Querem parecer piedosos e defensores das causas cristãs, mesmo que depois façam leis que prejudiquem as igrejas ou, em outras ocasiões, defendam tudo aquilo que a fé dos cristãos rejeita.

Não dá para dizer que certas aparições de políticos em eventos ou igrejas evangélicas não têm um cheirinho de oportunismo. Não sou contra a ida deles em eventos ou igrejas cristãs. Mas poderiam evitar o constrangimento de tentar falar ou ser ou que não sabem nem são. Poderiam ficar, como se diz, na deles e falar do que realmente querem do povo ali, e pronto. Ficar fazendo média, forçando uma piedade chega a ser piegas.

O candidato tucano à presidência da república submeteu-se a esse embaraço ao participar da Expocristã, uma feira de produtos voltados para o público evangélico. Cercado de crentes, o candidato cantou a música “Vai dar tudo certo” e disse: “Os valores de Cristo são os meus valores. Não sou cristão de boca de urna para agradar eleitor, conquistar votos e no dia seguinte esquecer o assunto. Pratico o Cristianismo na minha vida pessoal e política”.

Se é verdade ou não, é difícil saber. Mas que parece oportunismo parece. Quero ver se daqui a algum tempo, vencendo ou perdendo as eleições, o candidato será tão piedoso assim. O mesmo vale para os outros candidatos que aproveitam as eleições para afirmar seus “valores cristãos” e, depois, negam veementemente qualquer relação com algum tipo de fé particular.

Pena que este tipo de bajulação seja tão apreciada por muitos evangélicos. Mas se a gente colocar o bom senso em ação vai dar tudo certo.

Agnaldo Silva Mariano

Um comentário:

Anônimo disse...

Querido Rev. Agnaldo,
Esse é o grande problema da classe política de uma forma geral. Nunca sabemos quando são sinceros ou não.
Estamos sempre tentando examinar, avaliar e verificar se suas palavras, trajetória, história e projetos são satisfatórios, mas é tudo muito complicado.
Os candidatos que se dizem evangélicos ou cristãos participam de partidos onde outros são frontalmente contra princípios basilares do Evangelho. Os que não são cristãos abertamente professam seguir princípios bíblicos.
Ficamos a pensar que não há candidatos que realmente valham a pena votarmos. Mas, por outro lado não votar seria contra nossos princípios como cidadãos.
Realmente o nosso dilema é complexo. Penso que precisamos de bom senso e mais, de discernimento e muita, mas muita paciência.
Forte abraço,
Em Cristo,
Pr. Magdiel G Anselmo.