quinta-feira, 23 de outubro de 2008

É possível matar por amor?

O Brasil todo assistiu estarrecido o desfecho trágico do seqüestro da jovem Eloá Pimentel, ocorrido na cidade de Santo André, em São Paulo. Dezenas de horas de agonia e expectativa, vividas sob os olhares atentos (e oportunistas) da mídia e de um país perplexo diante do desvario de um sujeito desequilibrado com uma arma na mão disposto matar “por amor”.

Por amor? Que amor? Ninguém, em sã consciência, será capaz de chamar aquela sandice de amor. Não! Definitivamente, amor não é aquilo.

Nossa sociedade confunde amor com uma infinidade de sentimentos pobres e superficiais. Há muitos frustrados por aí, matando, morrendo, enlouquecendo por causa de sentimentos torpes ou até legítimos, contudo, grosseiramente confundidos com o amor. Confunde-se amor com luxúria, com paixonite adolescente, com obsessão, com amizade, com uma noite de sexo ou um mero beijo na boca. Amor para ser amor de verdade precisa ir além de tudo isto.

O amor de verdade não pode ser visto no ato tresloucado daquele sujeito de Santo André. O amor verdadeiro dá a vida pelo outro, nunca a tira. Não há nenhum pretexto que justifique matar por amor.

O amor verdadeiro alegra-se com o “sim” e respeita o “não”, pois é benigno, procura o bem. Quem ama de verdade sabe que onde termina a estrada para o amor “namorado” permanece o caminho do amor ao próximo que deve ser trilhado sem ressentimentos.

O amor verdadeiro não tem pressa, pois é paciente. Não perde o controle, não se irrita com facilidade, não obstrui a passagem da graça aos outros, mas é canal aberto para que ela se derrame.

O amor verdadeiro não se afoga no “eu”, mas derrama-se e realiza-se abundante e plenamente no “outro”. É saúde, refrigério, virtude, não luto medo e dor.

O amor verdadeiro não arde em ciúmes. Não é covarde. Não esconde-se atrás de uma arma. É capaz de suportar até o ódio, pois é humilde, não se ensoberbece.

O verdadeiro amor é manso, é renovo, é festa, deliciosamente ingênuo.

“Amor” que fere é ódio escondido, é cilada, é estultice. A única justificativa para o amor é a vida, nunca a morte.

Eloá não morreu vítima do amor do ex-namorado. Morreu vítima do ódio, da loucura, do espírito doentio. Um triste fim para uma breve história de vida, interrompida pelo engano de quem nunca soube o que significa de fato AMAR.

2 comentários:

camila disse...

todos pessam q o amor ele e somente um setimendo farcial,mas ele procura afudar mais e mais na vida de quem ama.amor nao desgasta le so faz crescer e cresce mais e mais...camila

Anônimo disse...

Matar por amor. Isso nao tem logica.