A revista Veja publicou na última semana uma reportagem com o título: “A geração tolerância”. O texto de oito páginas, assinado pelos jornalistas Sílvia Rogar e Marcelo Bortoloti, trouxe depoimentos e trechos da história de jovens e adolescentes brasileiros que assumiram cedo a homossexualidade, tornando-se “o retrato de uma geração” para a qual, de acordo com a matéria, “nunca foi tão natural ser diferente”.
Na edição desta semana, Veja trouxe opiniões de vários leitores sobre as diversas reportagens publicadas na edição anterior. Dos vinte comentários publicados, sete eram a respeito da reportagem sobre os jovens homossexuais. Duas coisas chamaram a minha atenção nos comentários: a primeira foi o fato de não ter sido publicado nenhum comentário com parecer contrário ao que a revista claramente defendeu na reportagem em questão. Isto leva a alguns questionamentos: Será mesmo possível que em meio aos muitos comentários recebidos pela editora a respeito do tema, nenhum sequer se manifestava contrário ao texto publicado? Será mesmo que todos os leitores da revista pensam exatamente como a publicação? É no mínimo estranho que diante de um tema tão polêmico a revista Veja tenha alcançado tão notória unanimidade, não acham?
Outro fato interessante foi o comentário de um leitor de Florianópolis que escreveu o seguinte a respeito da matéria: “Os jovens devem acreditar não nas ‘lições’ que lhes são impostas, mas sim na verdade que os move”. Fiquei questionando: Que “lições” são estas que não devem ser acreditadas pelos jovens do nosso tempo? Que “verdade” é esta que move os nossos jovens?
Dá para perceber neste extrato do comentário do leitor de Veja o espírito que domina a nossa geração. Trata-se do espírito pós-moderno, que o escritor Stanley J. Grenz, em seu livro “Pós-modernismo. Um guia para entender a filosofia do nosso tempo” define com exímia propriedade: “O espírito pós-moderno resiste às explicações unificadas, abrangentes e universalmente válidas. Ele as substitui por um respeito pela diferença e pela celebração do local e do particular à custa do universal”.
Ao afirmar que os jovens não podem dar crédito às “lições que lhe são impostas” o leitor catarinense de Veja deixa claro que a juventude contemporânea precisa romper com todos os conceitos universais e absolutos ensinados e sustentados durante séculos, especialmente pelo Cristianismo. Não há por que se sujeitar a um único padrão, a uma única verdade. Ninguém pode determinar para os jovens contemporâneos o que é certo ou errado, bom ou mau, verdadeiro ou falso. Essas “lições” estão ultrapassadas. Os jovens precisam dar crédito apenas às suas próprias “verdades” ou, “à verdade que os move”.
Grenz afirma que “os pós-modernos crêem que não somente nossas crenças específicas, mas também nossa compreensão da própria verdade encontram-se enraizadas na comunidade da qual participamos. Rejeitam a procura do Iluminismo pela verdade universal, supracultural e eterna e valorizam a busca da verdade como expressão de uma comunidade humana específica. Segundo os pós-modernos, a verdade consiste nas regras básicas que facilitam o bem-estar pessoal na comunidade e o bem-estar da comunidade como um todo”. Por isso é possível falar em “verdade que move o jovem”, ou em “verdades” que movem outras comunidades específicas. O espírito pós-moderno é assim: há uma “verdade” específica que move cada grupo de seres humanos. A verdade passa a ser uma questão de conveniência comunitária, seja ela social, cultural, religiosa ou moral. Não há uma verdade absoluta, e sim, verdades alternativas e convenientes. Nas palavras de Grenz: “Neste sentido, portanto, a verdade pós-moderna tem a ver com a comunidade de que participa o indivíduo. Uma vez que são muitas as comunidades humanas, necessariamente serão muitas as diferentes verdades”.
Que “verdades”, então, movem os jovens do nosso tempo? Embora o leitor de Veja não especifique, fica claro que essas supostas “verdades” são o gosto, a opinião, o prazer, a satisfação de um grupo em detrimento de um todo. São “verdades” definidas pelos seres humanos e sempre de acordo com suas preferências e sensações. São “verdades” independentes de um padrão unificador. Não há uma regra capaz de medir, julgar ou criticar essas “verdades” múltiplas. Assim, o espectro pós-moderno paira sobre nossa juventude, entregando-a ao controle de suas próprias conveniências. Nada poderia ser mais caótico. Nada poderia ser mais desesperador.
Longe de libertar a nossa juventude, o espírito pós-moderno a aprisiona em um mundo cruel e insano, onde cada um passa a fazer o que parece mais correto aos seus próprios olhos. Um mundo confuso, desordenado, onde os jovens, hedonistas e insaciáveis decompõem-se sob os efeitos da disposição mental reprovável à qual foram entregues por seu desprezo a Deus.
As “verdades” que movem a nossa juventude estão longe da singular e libertadora verdade operada pelo Evangelho. Estão totalmente distantes da Verdade Absoluta encarnada no Filho de Deus. As “verdades” que movem os nossos jovens lhes afastam do seu Criador e entregam sua guarda ao pai da mentira e seu destino ao sofrimento eterno. Ao contrário do que disse aquele leitor de Veja, não são “verdades” que movem os nossos jovens. São mentiras, são enganos fatais. São fraudes que têm conduzido muitos de nossos jovens ao desespero, à bancarrota moral e ao inferno. São falácias que prometem a felicidade longe da santidade, o amor longe da verdadeira fé e a vida longe da cruz.
Há uma única verdade capaz de conduzir a juventude do nosso tempo a um destino de bem-aventurança e paz. E essa verdade só pode ser encontrada no evangelho da cruz. Essa lição, longe de ser abandonada pela nossa juventude, deve ser urgentemente aprendida e crida para que nossos jovens encontrem a libertação do jugo que o espírito deste século lhes impôs. Assim disse Jesus: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8. 32).
Na edição desta semana, Veja trouxe opiniões de vários leitores sobre as diversas reportagens publicadas na edição anterior. Dos vinte comentários publicados, sete eram a respeito da reportagem sobre os jovens homossexuais. Duas coisas chamaram a minha atenção nos comentários: a primeira foi o fato de não ter sido publicado nenhum comentário com parecer contrário ao que a revista claramente defendeu na reportagem em questão. Isto leva a alguns questionamentos: Será mesmo possível que em meio aos muitos comentários recebidos pela editora a respeito do tema, nenhum sequer se manifestava contrário ao texto publicado? Será mesmo que todos os leitores da revista pensam exatamente como a publicação? É no mínimo estranho que diante de um tema tão polêmico a revista Veja tenha alcançado tão notória unanimidade, não acham?
Outro fato interessante foi o comentário de um leitor de Florianópolis que escreveu o seguinte a respeito da matéria: “Os jovens devem acreditar não nas ‘lições’ que lhes são impostas, mas sim na verdade que os move”. Fiquei questionando: Que “lições” são estas que não devem ser acreditadas pelos jovens do nosso tempo? Que “verdade” é esta que move os nossos jovens?
Dá para perceber neste extrato do comentário do leitor de Veja o espírito que domina a nossa geração. Trata-se do espírito pós-moderno, que o escritor Stanley J. Grenz, em seu livro “Pós-modernismo. Um guia para entender a filosofia do nosso tempo” define com exímia propriedade: “O espírito pós-moderno resiste às explicações unificadas, abrangentes e universalmente válidas. Ele as substitui por um respeito pela diferença e pela celebração do local e do particular à custa do universal”.
Ao afirmar que os jovens não podem dar crédito às “lições que lhe são impostas” o leitor catarinense de Veja deixa claro que a juventude contemporânea precisa romper com todos os conceitos universais e absolutos ensinados e sustentados durante séculos, especialmente pelo Cristianismo. Não há por que se sujeitar a um único padrão, a uma única verdade. Ninguém pode determinar para os jovens contemporâneos o que é certo ou errado, bom ou mau, verdadeiro ou falso. Essas “lições” estão ultrapassadas. Os jovens precisam dar crédito apenas às suas próprias “verdades” ou, “à verdade que os move”.
Grenz afirma que “os pós-modernos crêem que não somente nossas crenças específicas, mas também nossa compreensão da própria verdade encontram-se enraizadas na comunidade da qual participamos. Rejeitam a procura do Iluminismo pela verdade universal, supracultural e eterna e valorizam a busca da verdade como expressão de uma comunidade humana específica. Segundo os pós-modernos, a verdade consiste nas regras básicas que facilitam o bem-estar pessoal na comunidade e o bem-estar da comunidade como um todo”. Por isso é possível falar em “verdade que move o jovem”, ou em “verdades” que movem outras comunidades específicas. O espírito pós-moderno é assim: há uma “verdade” específica que move cada grupo de seres humanos. A verdade passa a ser uma questão de conveniência comunitária, seja ela social, cultural, religiosa ou moral. Não há uma verdade absoluta, e sim, verdades alternativas e convenientes. Nas palavras de Grenz: “Neste sentido, portanto, a verdade pós-moderna tem a ver com a comunidade de que participa o indivíduo. Uma vez que são muitas as comunidades humanas, necessariamente serão muitas as diferentes verdades”.
Que “verdades”, então, movem os jovens do nosso tempo? Embora o leitor de Veja não especifique, fica claro que essas supostas “verdades” são o gosto, a opinião, o prazer, a satisfação de um grupo em detrimento de um todo. São “verdades” definidas pelos seres humanos e sempre de acordo com suas preferências e sensações. São “verdades” independentes de um padrão unificador. Não há uma regra capaz de medir, julgar ou criticar essas “verdades” múltiplas. Assim, o espectro pós-moderno paira sobre nossa juventude, entregando-a ao controle de suas próprias conveniências. Nada poderia ser mais caótico. Nada poderia ser mais desesperador.
Longe de libertar a nossa juventude, o espírito pós-moderno a aprisiona em um mundo cruel e insano, onde cada um passa a fazer o que parece mais correto aos seus próprios olhos. Um mundo confuso, desordenado, onde os jovens, hedonistas e insaciáveis decompõem-se sob os efeitos da disposição mental reprovável à qual foram entregues por seu desprezo a Deus.
As “verdades” que movem a nossa juventude estão longe da singular e libertadora verdade operada pelo Evangelho. Estão totalmente distantes da Verdade Absoluta encarnada no Filho de Deus. As “verdades” que movem os nossos jovens lhes afastam do seu Criador e entregam sua guarda ao pai da mentira e seu destino ao sofrimento eterno. Ao contrário do que disse aquele leitor de Veja, não são “verdades” que movem os nossos jovens. São mentiras, são enganos fatais. São fraudes que têm conduzido muitos de nossos jovens ao desespero, à bancarrota moral e ao inferno. São falácias que prometem a felicidade longe da santidade, o amor longe da verdadeira fé e a vida longe da cruz.
Há uma única verdade capaz de conduzir a juventude do nosso tempo a um destino de bem-aventurança e paz. E essa verdade só pode ser encontrada no evangelho da cruz. Essa lição, longe de ser abandonada pela nossa juventude, deve ser urgentemente aprendida e crida para que nossos jovens encontrem a libertação do jugo que o espírito deste século lhes impôs. Assim disse Jesus: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8. 32).
Um comentário:
Agnaldo;
Belo texto. Que Deus continue sendo servido pela tua verve.
ab
Fôlton
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