
Há alguns anos atrás li um texto de John Robbins: “Evangelicalismo, Movimento Carismático e retorno a Roma”. No texto, Robbins afirma que tem havido, nos últimos 400 anos, uma forte tendência no âmbito do Movimento Protestante, de se “corroer a ênfase objetiva da doutrina reformada de justificação somente pela fé”, e que “isto não passa de uma volta ao romanismo”. Fazendo uma análise do movimento Carismático e Pentecostal na América, Robbins conclui que o tipo de evangelicalismo hodierno, capitaneado pelo neopentecostalismo, caminha a passos largos rumo ao romanismo, não sendo capaz de fazer nada no sentido de perturbar a fé católico-romana e suas igrejas e tradições.
A verdade das palavras de Robbins pode ser percebida no recente episódio envolvendo dois expoentes da música religiosa brasileira. André Valadão, um dos integrantes do grupo evangélico Diante do Trono participou de uma apresentação ao lado do grupo católico Rosa de Saron em junho deste ano. Os católicos interpretaram o evento como um “belo momento que nos mostra que pode existir unidade na multiplicidade”. Já André Valadão justificou o acontecimento, argumentando que “o que nos une é maior que o que nos separa”, e que “a nossa fé pode gerar em nós, amizade, maturidade e comunhão”.
Os argumentos utilizados por ambas as partes soam bonito, são eloqüentes e românticos, mas ignoram elementos fundamentais que identificam tanto o Protestantismo como o Catolicismo Romano, e esses elementos não desaparecem quando um grupo de jovens se reúne em um palco para cantar uma canção. Na verdade, creio que é necessário que conheçamos o que divide o Catolicismo Romano do Protestantismo para entendermos que não haverá qualquer possibilidade de unidade enquanto a Verdade não for sustentada plenamente por ambas as partes, pois, não pode haver unidade fora da Verdade. Portanto, creio que o que separa o Catolicismo Romano do Protestantismo é muito maior do que qualquer aparência que os una.
1) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na ênfase em torno das Escrituras. No Catolicismo Romano, as Escrituras ocupam lugar de menos importância em matéria de fé e prática do que no Protestantismo. O Catolicismo Romano ensina que “A Igreja não deriva a sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura”, considerando anátema aqueles que crêem que a Bíblia é a única regra de fé e prática. As tradições têm o mesmo peso de revelação que as Escrituras no Catolicismo. Em direção oposta, e de acordo com a própria Escritura, o protestantismo afirma que “Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento todos dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e de prática” (Confissão de Fé de Westminster, capítulo 1, II) .
2) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na visão de interpretação das Escrituras. O Catolicismo Romano crê no Magistério da Igreja, segundo o qual "O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, isto é, foi confiado aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma”. O Protestantismo, em oposição, afirma que “A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus” (Confissão, 1. IV).
3) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na aceitação do Cânon das Escrituras. O Catolicismo Romano acrescentou livros não inspirados ao cânon das Escrituras, utilizando-se deles para defender dogmas que contrariam o ensino da própria Escritura. O Protestantismo discorda do Catolicismo Romano, afirmando que “Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escritura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados senão como escritos humanos” (Confissão, 1. III).
4) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença na justificação. O Catolicismo Romano defende teses contraditórias ao ensino bíblico, afirmando que a justificação pode ser adquirida por meio de indulgências concedidas pela igreja aos vivos, e até mesmo àqueles que já morreram: “A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, (remissão) que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinadas, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos (...) A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberar parcial totalmente da pena devida pelos pecados (...) Todos os fiéis podem adquirir indulgências (...) para si mesmos ou aplicá-las aos defuntos. Uma vez que os fiéis defuntos em vias de purificação também são membros da mesma comunhão dos santos, podemos ajudá-los entre outros modos, obtendo em favor deles indulgências para libertação das penas temporais devidas por seus pecados". O Protestantismo, em conformidade com o ensino apostólico afirma que a justificação vem somente pela fé, e que “Os que Deus chama eficazmente, também livremente justifica. Esta justificação não consiste em Deus infundir neles a justiça, mas em perdoar os seus pecados e em considerar e aceitar as suas pessoas como justas. Deus não os justifica em razão de qualquer coisa neles operada ou por eles feita, mas somente em consideração da obra de Cristo; não lhes imputando como justiça a própria fé, o ato de crer ou qualquer outro ato de obediência evangélica, mas imputando-lhes a obediência e a satisfação de Cristo, quando eles o recebem e se firmam nele pela fé, que não têm de si mesmos, mas que é dom de Deus” (Confissão, 11, I).
5) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença na suficiência de Cristo na Salvação. O Catolicismo Romano não crê na suficiência de Cristo para a Salvação, colocando Maria numa posição que a Bíblia não lhe oferece, assegurando-lhe a condição de mediadora e intercessora. Segundo a crença do Catolicismo Romano, "De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela [Maria] cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça." Em direção contrária, mas em acordo com o ensino apostólico, o Protestantismo afirma: “Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado” (Confissão, 8, I).
6) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na doutrina da regeneração batismal. De acordo com o Catolicismo Romano, “Nosso Senhor ligou o perdão dos pecados à fé e ao Batismo (...) No momento em que fazemos nossa primeira profissão de fé, recebendo o santo Batismo que nos purifica, o perdão que recebemos é tão pleno e tão completo que não nos resta absolutamente nada a apagar, seja do pecado original, seja dos pecados cometidos por nossa própria vontade, nem nenhuma pena a sofrer para expiá-los (...)Pelo Batismo, todos os pecados são perdoados”. O Protestantismo, por sua vez, afirma que, “Posto que seja grande pecado desprezar ou negligenciar esta ordenança [o batismo], contudo, a graça e a salvação não se acham tão inseparavelmente ligadas com ela, que sem ela ninguém possa ser regenerado e salvo os que sejam indubitavelmente regenerados todos os que são batizados” (Confissão, 28, V).
7) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença no Purgatório. Para o Catolicismo Romano, “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos”. O ensino Protestante é absolutamente incompatível com esta instrução: “As almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas na santidade, são recebidas no mais alto dos céus onde vêm a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção dos seus corpos; e as almas dos ímpios são lançadas no inferno, onde ficarão, em tormentos e em trevas espessas, reservadas para o juízo do grande dia final. Além destes dois lugares destinados às almas separadas de seus respectivos corpos as Escrituras não reconhecem nenhum outro lugar” (Confissão, 22, I).
8) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença na infalibilidade Papal. Para o Catolicismo Romano, o Papa tem poder supremo na Igreja, sendo que “o Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre livremente este seu poder”. Para o Protestantismo, “Não há outro Cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo; em sentido algum pode ser o Papa de Roma o cabeça dela, mas ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição que se exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo o que se chama Deus” (Confissão, 25, VI).
Ainda há muitos outros pontos que dividem o Catolicismo Romano do Protestantismo. Poderíamos ainda dizer que Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na veneração aos Santos e a Maria; que Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença na imaculada conceição, na virgindade eterna e na assunção corpórea de Maria; que Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença a respeito da Eucaristia; que Catolicismo Romano e Protestantismo se separam no entendimento do perdão de pecados; que Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na questão das indulgências, e em muitas outras doutrinas e práticas irreconciliáveis. Qualquer proposta de aproximação entre o Catolicismo Romano e o Protestantismo que ignore essas diferenças não poderá ser levada a efeito sem constituir-se num desprezo acintoso à Verdade absoluta revelada nas Escrituras Sagradas. E unidade sem a Verdade é falácia.
Retorno a John W. Robbins que, falando sobre a união entre o Catolicismo e o Protestantismo, acertadamente afirma: “Essa união não está fundamentada na verdade objetiva, mas na experiência subjetiva (...) É tudo na base do ‘já que é assim, então é desse jeito’, uma volta ao misticismo mediedal, efeminado, sentimental. Não é de estranhar que um dos pontos de diálogo entre os líderes pentecostais e os da Igreja Católica Romana é a semelhança notável entre o pentecostalismo e o misticismo católico. O fato aterrador é que o desmoronamento das resistências protestantes ao movimento carismático ilustra a decadência das igrejas protestantes. Até mesmo o termo Protestante está se tornando uma palavra suja. E ser crítico ao romanismo virou agora uma obscenidade nos círculos evangélicos”.
Vejo na aproximação entre Valadão e o Rosa de Saron um cumprimento das palavras de Robbins. Não há nada a ser comemorado pelos Protestantes, apenas a se lamentar. Para que tal encontro fosse possível, alguém teve que abrir mão de algo muito precioso. Como não vejo nada de precioso no Catolicismo Romano, é uma pena que Valadão tenha desprezado os valores tão caros do Protestantismo em nome de um embuste. “Os últimos dias serão marcados por grandes decepções religiosas”, disse John Robbins. André Valadão é uma delas.
3) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na aceitação do Cânon das Escrituras. O Catolicismo Romano acrescentou livros não inspirados ao cânon das Escrituras, utilizando-se deles para defender dogmas que contrariam o ensino da própria Escritura. O Protestantismo discorda do Catolicismo Romano, afirmando que “Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escritura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados senão como escritos humanos” (Confissão, 1. III).
4) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença na justificação. O Catolicismo Romano defende teses contraditórias ao ensino bíblico, afirmando que a justificação pode ser adquirida por meio de indulgências concedidas pela igreja aos vivos, e até mesmo àqueles que já morreram: “A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, (remissão) que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinadas, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos (...) A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberar parcial totalmente da pena devida pelos pecados (...) Todos os fiéis podem adquirir indulgências (...) para si mesmos ou aplicá-las aos defuntos. Uma vez que os fiéis defuntos em vias de purificação também são membros da mesma comunhão dos santos, podemos ajudá-los entre outros modos, obtendo em favor deles indulgências para libertação das penas temporais devidas por seus pecados". O Protestantismo, em conformidade com o ensino apostólico afirma que a justificação vem somente pela fé, e que “Os que Deus chama eficazmente, também livremente justifica. Esta justificação não consiste em Deus infundir neles a justiça, mas em perdoar os seus pecados e em considerar e aceitar as suas pessoas como justas. Deus não os justifica em razão de qualquer coisa neles operada ou por eles feita, mas somente em consideração da obra de Cristo; não lhes imputando como justiça a própria fé, o ato de crer ou qualquer outro ato de obediência evangélica, mas imputando-lhes a obediência e a satisfação de Cristo, quando eles o recebem e se firmam nele pela fé, que não têm de si mesmos, mas que é dom de Deus” (Confissão, 11, I).
5) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença na suficiência de Cristo na Salvação. O Catolicismo Romano não crê na suficiência de Cristo para a Salvação, colocando Maria numa posição que a Bíblia não lhe oferece, assegurando-lhe a condição de mediadora e intercessora. Segundo a crença do Catolicismo Romano, "De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela [Maria] cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça." Em direção contrária, mas em acordo com o ensino apostólico, o Protestantismo afirma: “Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado” (Confissão, 8, I).
6) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na doutrina da regeneração batismal. De acordo com o Catolicismo Romano, “Nosso Senhor ligou o perdão dos pecados à fé e ao Batismo (...) No momento em que fazemos nossa primeira profissão de fé, recebendo o santo Batismo que nos purifica, o perdão que recebemos é tão pleno e tão completo que não nos resta absolutamente nada a apagar, seja do pecado original, seja dos pecados cometidos por nossa própria vontade, nem nenhuma pena a sofrer para expiá-los (...)Pelo Batismo, todos os pecados são perdoados”. O Protestantismo, por sua vez, afirma que, “Posto que seja grande pecado desprezar ou negligenciar esta ordenança [o batismo], contudo, a graça e a salvação não se acham tão inseparavelmente ligadas com ela, que sem ela ninguém possa ser regenerado e salvo os que sejam indubitavelmente regenerados todos os que são batizados” (Confissão, 28, V).
7) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença no Purgatório. Para o Catolicismo Romano, “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos”. O ensino Protestante é absolutamente incompatível com esta instrução: “As almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas na santidade, são recebidas no mais alto dos céus onde vêm a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção dos seus corpos; e as almas dos ímpios são lançadas no inferno, onde ficarão, em tormentos e em trevas espessas, reservadas para o juízo do grande dia final. Além destes dois lugares destinados às almas separadas de seus respectivos corpos as Escrituras não reconhecem nenhum outro lugar” (Confissão, 22, I).
8) Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença na infalibilidade Papal. Para o Catolicismo Romano, o Papa tem poder supremo na Igreja, sendo que “o Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre livremente este seu poder”. Para o Protestantismo, “Não há outro Cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo; em sentido algum pode ser o Papa de Roma o cabeça dela, mas ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição que se exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo o que se chama Deus” (Confissão, 25, VI).
Ainda há muitos outros pontos que dividem o Catolicismo Romano do Protestantismo. Poderíamos ainda dizer que Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na veneração aos Santos e a Maria; que Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença na imaculada conceição, na virgindade eterna e na assunção corpórea de Maria; que Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na crença a respeito da Eucaristia; que Catolicismo Romano e Protestantismo se separam no entendimento do perdão de pecados; que Catolicismo Romano e Protestantismo se separam na questão das indulgências, e em muitas outras doutrinas e práticas irreconciliáveis. Qualquer proposta de aproximação entre o Catolicismo Romano e o Protestantismo que ignore essas diferenças não poderá ser levada a efeito sem constituir-se num desprezo acintoso à Verdade absoluta revelada nas Escrituras Sagradas. E unidade sem a Verdade é falácia.
Retorno a John W. Robbins que, falando sobre a união entre o Catolicismo e o Protestantismo, acertadamente afirma: “Essa união não está fundamentada na verdade objetiva, mas na experiência subjetiva (...) É tudo na base do ‘já que é assim, então é desse jeito’, uma volta ao misticismo mediedal, efeminado, sentimental. Não é de estranhar que um dos pontos de diálogo entre os líderes pentecostais e os da Igreja Católica Romana é a semelhança notável entre o pentecostalismo e o misticismo católico. O fato aterrador é que o desmoronamento das resistências protestantes ao movimento carismático ilustra a decadência das igrejas protestantes. Até mesmo o termo Protestante está se tornando uma palavra suja. E ser crítico ao romanismo virou agora uma obscenidade nos círculos evangélicos”.
Vejo na aproximação entre Valadão e o Rosa de Saron um cumprimento das palavras de Robbins. Não há nada a ser comemorado pelos Protestantes, apenas a se lamentar. Para que tal encontro fosse possível, alguém teve que abrir mão de algo muito precioso. Como não vejo nada de precioso no Catolicismo Romano, é uma pena que Valadão tenha desprezado os valores tão caros do Protestantismo em nome de um embuste. “Os últimos dias serão marcados por grandes decepções religiosas”, disse John Robbins. André Valadão é uma delas.